As estratégias de proteção social adotadas pelo Governo do Distrito Federal e o enfrentamento à pandemia de covid-19 foram temas do CB.Poder desta quinta-feira (10/3), que contou com a presença da secretária de Desenvolvimento Social e Primeira-Dama, Mayara Noronha. No programa, que é uma parceria do Correio com a TV Brasília, ela conversou com o jornalista Carlos Alexandre Souza e afirmou que, pela primeira vez, o DF fará uma pesquisa voltada para compreender a situação da população em situação de rua no DF. O levantamento será feito pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) e, paralelamente, existe o processo de contratação de uma Organização da Sociedade Civil para expandir e tornar mais eficaz o atendimento da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Seds) para quem precisa. A perspectiva de uma greve dos servidores da Pasta foi outro tema abordado e, mesmo reconhecendo como um movimento legítimo, ela afirmou que trará impactos negativos para os trabalhos da Secretaria.
Uma reportagem do Correio Braziliense, publicada nesta quinta, sobre a situação das populações vulneráveis do DF foi o ponto de partida para a entrevista. Mayara fez uma retrospectiva sobre a área de Desenvolvimento Social quando assumiu o desafio. “Em abril de 2020, a pandemia havia se alastrado no mundo, foi nesse cenário que eu entrei. Haviam oito mil pessoas fazendo a solicitação de uma cesta básica e 12 mil aguardando a entrega. O número era absurdo e assustador, eu tive que contar com a força da solidariedade da população do Distrito Federal para a arrecadação de cestas emergenciais, e das forças policiais para ajudar com a entrega”.
Ela acredita que apesar das adversidades, o Executivo local conseguiu intervir maneira positiva. “Temos de reconhecer que, mesmo nesse cenário de transtorno mundial, de tanta dificuldade, nós conseguimos viabilizar a maior rede de proteção social do país. Estamos sendo observados por todas as secretarias de assistência social do Brasil. Os estados estão vindo até aqui para ver como esse projeto está sendo feito”, comentou a primeira-dama.
Ela afirma que sua gestão tem trabalhado de maneira integrada com outras secretarias. “A Secretaria de Saúde é sempre nossa grande parceira, especialmente em assuntos como transtornos psicológicos. Nesse mesmo patamar, temos a Secretaria de Justiça com as comunidades terapêuticas, que fazem todo o trabalho de drogadição. Temos a Secretaria da Mulher com a Casa da Mulher Brasileira, que acolhe todas as mulheres para que elas saiam dessa situação de dependência emocional e vulnerabilidade também. Nós temos a Secretaria de Educação, com o encaminhamento das crianças que precisam ser inseridas na rede de educação”, disse. Entre as atividades, ela ressaltou a importância do projeto Criança Feliz Brasiliense, que faz parte da Secretaria de Desenvolvimento Social, mesmo estando dentro da Casa Civil.
Sobre os Centros de Referência de Assistência Social (Cras), Mayara diz que sua equipe tem trabalhado para diminuir as filas e tornar o atendimento mais eficaz. A inclusão no 156 para agendamento de consultas foi uma melhorias implementadas, embora ela admita que não é o suficiente. "Eu reconheço isso, o atendimento não está como deveria ser, a gente vem trabalhando para que melhore, mas o cenário é esse porque a assistência social no DF sempre foi negligenciada. Então, não serão dois anos que vão resolver esse problema”, desabafa.
Uma das formas apontadas por ela para melhorar os serviços para a população é a contratação de uma Organização da Sociedade Civil (OSC), que será feita por meio de edital para que seja feita. “Essa OSC que for contratada, vai ter que construir 14 pontos ao mesmo tempo no Distrito Federal e ofertar equipes de atendimento. Esses profissionais têm credibilidade, são da rede SUS, são profissionais capacitados que inclusive vão passar por uma capacitação do ministério”, explica.
Ela garantiu que esse reforço não afetará a nomeação de novos servidores para a Secretaria. “A contratação dessa OSC libera um pouco mais o servidor para ele executar a política de assistência social. Não adianta a população achar que um servidor de assistência social só faz cadastro único, a política de assistência social é muito completa, e para ela trabalhar a autonomia de uma pessoa, que está procurando a assistência social, ela precisa de tempo”, disse. “Os servidores estão sobrecarregados porque não conseguem dar o atendimento que deveriam dar no cadastro único, não conseguem desenvolver a política de assistência social porque a demanda é muito grande”, complementa a secretária.
Assista a entrevista na íntegra abaixo:
*Estagiário sob a supervisão de Juliana Oliveira
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