Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkuhl, réu tráfico de animais silvestres, maus tratos e associação criminosa, teria dado aula em um minicurso online sobre o assunto durante o mês de fevereiro. Imagens que circulam na internet, mostram o estudante, supostamente, palestrando sobre o tema “serpentes peçonhentas”.
Os prints divulgados mostram que Pedro estaria dando o minicurso para o ‘Projeto Jararaca’. O Correio encontrou a página que o projeto mantem no YouTube, no entanto, estava vazia e, aparentemente, os vídeos foram ocultados ou excluídos.
A reportagem tentou entrar em contato com o advogado de Pedro para tratar sobre o minicurso, mas, até o momento da publicação da matéria, não houve retorno. O espaço segue aberto para esclarecimentos.
Entenda
O estudante do DF ficou conhecido após ter sido picado por uma cobra naja, em julho de 2020. Pouco mais de um mês depois do incidente, Pedro foi indiciado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Investigações do órgão ligaram o nome dele a 23 cobras e, de acordo com a apuração feita na época, Krambeck traficava animais desde 2017, comprando serpentes em estados e revendendo.
Durante as investigações, a PCDF colheu vídeos, fotos e documentos que comprovaram o envolvimento de Pedro com a venda de serpentes. O delegado responsável pela apuração, Willian Andrade, disse na época, que o estudante não era um colecionador, mas um traficante. “Ele trazia as cobras de outras viagens e há diálogos das redes sociais que o mostram negociando o comércio desses animais”, afirmou.
A naja
Atualmente, a cobra naja que picou Pedro Krambeck vive no Museu Biológico do Instituto Butantan, em São Paulo. Batizada pela instituição de Nadja, a cobra tem um temperamento agressivo. O diretor do museu, Giuseppe Puorto, contou em um vídeo divulgado pelo Butantan, que o animal chegou muito bravo. “[A naja] ficou quase dois meses em quarentena, sempre agressiva. Eu que dava comida para ela e ela vinha para cima”, afirmou Giuseppe.