Coincidência é a palavra que marca a trajetória das irmãs gêmeas Camilla e Nayara Brasil. Além da aparência física, elas compartilham um dos momentos mais importantes de suas vidas: aos 34 anos, ambas estão grávidas de meninas. A maternidade, que chegou praticamente ao mesmo tempo para as duas, tem sido compartilhada desde o momento em que descobriram — juntas —, até os exames, o enxoval e o chá de fraldas. A expectativa é de que Alice, filha de Nayara, e Sofia, de Camilla, cheguem no próximo dia 14, data do aniversário do irmão das gêmeas. "Nem se combinássemos, teríamos tantas coincidências", brinca a publicitária Nayara.
Ao contrário do que muitos podem pensar, a "gestação gêmea" não foi planejada, garante a advogada Camilla. "Minha irmã tirou o DIU (dispositivo intrauterino) em fevereiro, com a intenção de engravidar novamente, e eu tirei em abril, porque estava vencido. Fiquei três meses sem fazer uso do método, devido à bastante dor de cabeça que sentia. Foi quando decidi fazer o procedimento novamente que percebi minha menstruação atrasada e, coincidentemente, a da minha irmã também", recorda-se Camilla.
Após Nayara queixar-se de mudanças no corpo e no apetite, as irmãs decidiram fazer o teste juntas. "Ela chegou cedo à minha casa com um teste para mim também. Imediatamente, me ofereci para fazer primeiro, pois estava certa de que não estava grávida. Mas fui surpreendida por um resultado positivo instantaneamente e, para a nossa surpresa, o exame dela não foi diferente", detalha Nayara. A partir de então, começou a festa em família. "Ninguém entendia quem estava grávida até se chocarem que eram as duas", diverte-se a publicitária.
Inseparáveis
Se antes as irmãs dividiam brinquedos, atenção e espaço na barriga da mãe, hoje, dividem anseios, sonhos, consultas e, até mesmo, o enxoval. Nayara ressalta que elas são muito unidas, mas nunca tiveram a oportunidade de viver as "lendas dos gêmeos", em que um sente o que o outro sente. Até engravidarem juntas. Desde então, começaram a ter os mesmos sintomas, passar mal nos mesmos horários e fazerem companhia uma para a outra durante as madrugadas em claro. "Acabamos fazendo tudo juntas. Somos acompanhadas pelo mesmo obstetra, quando os maridos não podem ir, nós fazemos companhia em exames e consultas, quando não íamos juntas às compras, uma comprava para a outra", explica Nayara.
Para Camilla, a oportunidade de vivenciar a maternidade com a irmã é reconfortante. "É uma fase de muitas inseguranças, até para quem não está estreando. Compartilhar sentimentos torna a gravidez mais leve. A minha irmã não é só a minha gêmea, brincamos que somos almas gêmeas também. Ela é e sempre foi a pessoa com quem eu divido tudo, alegrias, angústias, roupas, comidas e momentos", desabafa. De acordo com a advogada, as duas sempre estiveram próximas. "Desde muito pequenas, éramos apegadas. Gostávamos de dormir na mesma cama, inclusive. Durante a escola e a faculdade, nós vivemos muitas coisas separadas, mas nunca nos afastamos", garante.
Fazer companhia, proteger e dividir são alguns dos valores e virtudes que Nayara e Camilla desejam passar para os filhos. Elas já são mães de meninos e, agora, pretendem ensinar isso para Alice e Sofia. "Os meus meninos têm 8 e 7 anos, e o da minha irmã tem 5. É uma diferença pequena de idade, e eles são bem grudadinhos uns com os outros. Tenho certeza de que as nossas meninas não serão diferentes", diz Camilla. "Não fazemos nada para incentivar essa relação tão próxima, além do convívio mesmo, pois, para nós, é importante estarmos sempre juntas e, consequentemente, eles acabam pedindo por isso também", completa Nayara.
Reta final
A contagem para o nascimento de Alice e Sofia é regressiva e, a qualquer momento, elas podem chegar ao mundo. Nayara revela que as apostas entre a família começaram: vão nascer no mesmo dia? São parecidas? Terão partos similares? O médico vai conseguir atender as duas no mesmo dia? Ele vai trocar as bebês?. "As dúvidas das coincidências finais e quase tudo vira piada de gêmeas. A melhor parte de viver isso com ela é a certeza de que nossa relação ultrapassa as semelhanças físicas e se preserva no amor", destaca Nayara.
A espera pelo nascimento contagiou a família toda, de acordo com Camilla. "Eu, particularmente, estava bem insegura de encarar uma terceira gravidez. Então, ter a minha gêmea ao meu lado, neste momento, tem sido não só uma alegria, mas, principalmente, a melhor companheira para entender meus medos e inseguranças", finaliza a advogada.