Mais de 300 pessoas se concentraram no Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul, na manhã desta sexta-feira (4/3), para dar o último adeus ao policial federal Lucas Valença, 36 anos. Lucas ganhou o apelido de 'hipster da Federal' e morreu na madrugada desta quinta-feira (3/3) após ter um surto psicótico e tentar invadir uma fazenda na zona rural de Buritinópolis, em Goiás.
Familiares, amigos e policiais da corporação se reuniram na Capela 1 por volta das 9h para homenagear Lucas. O sepultamento está previsto para ocorrer às 10h30. "Ele já estava nervoso e alterado. O padrasto chamou a PF para que o pessoal fosse ajudá-lo. Eles foram buscá-lo. Uma das nossas amigas que é médica deu remédio para ele e ele conseguiu acalmar. Mas depois ele abriu a porta do carro e foi para o meio do mato e já não achamos mais. Era muito querido, além de muitos amigos policiais e profissionais, tinha amigos do convívio dele. Isso que a gente queria que as pessoas ficassem sabendo. Ele estava sofrendo, precisando de ajuda e, infelizmente, não conseguimos ajudá-lo", relatou Deise Menezes, uma amiga de Lucas.
Lucas ganhou fama nas redes sociais depois que fez a escolta do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ), preso no âmbito da operação Lava-Jato, em 2016. Na época, ele chamou atenção por usar os cabelos longos, presos em um coque no alto da cabeça e barba. O sucesso foi tanto que no ano seguinte, Lucas Valença ganhou um boneco de Olinda em homenagem a ele no carnaval.
Morte
Segundo informações da Polícia Civil, o agente foi baleado por um morador que afirmou ter agido em legítima defesa. O morador foi preso por posse ilegal de arma.
Lucas Valença teria invadido a fazenda após gritar que "havia um demônio" dentro da casa e ter cortado a luz da residência. Familiares do policial disseram à polícia civil que ele estava em surto psicótico desde o dia anterior. Ao escutar gritos e a movimentação, o morador atirou contra Lucas com uma espingarda.
A Polícia Federal informou que "acompanha as investigações e presta todo apoio".