As startups da capital do país têm, a partir de agora, um incentivo do governo local para se desenvolverem no mercado. Ontem, 50 empresas de 17 regiões administrativas, selecionadas no programa Start BSB, receberam um certificado no Palácio do Buriti, com a presença do vice-governador Paco Britto.
O programa teve início em 2019, com a publicação de um edital de seleção que teve mais de 400 inscrições de startups do DF e da Região Integrada de Desenvolvimento (Ride). As 50 empresas selecionadas podem receber um apoio de até R$ 112 mil, além da mentoria prevista no programa, que receberá um investimento de mais de R$5 milhões do GDF.
Paco Britto destacou, durante a cerimônia, que, para sustentar a inovação, é "preciso ter condições de promover um sistema de startups dinâmicas, pois isso faz gerar as oportunidades de emprego e girar a economia". "Não tenho dúvida de que a capital do país será, em breve, uma das maiores referências do empreendedorismo inovador e o programa Start BSB é um dos importantes passos que estamos dando nesse sentido", estimou o vice-governador.
O secretário de ciência, tecnologia e inovação, Gilvan Máximo adiantou, em coletiva de imprensa, que o objetivo da pasta é ter um novo edital para chamamento das empresas todo ano. "São jovens que têm um dinamismo muito grande e vamos incentivá-los, acelerando essas startups". Dados levantados pela Secretaria de Ciência e Tecnologia, mostram que 68% dos empreendedores selecionados têm entre 25 e 40 anos.
"A partir desse incentivo, vamos ter grandes empresários e fomentar a economia do DF", comemorou Máximo. As empresas integradas ao programa poderão receber de R$ 70 mil a R$ 112 mil para acelerar os projetos. O Secretário citou, ainda, o exemplo da Bx Blue, que recebeu um incentivo parecido e, hoje, está avaliada em R$ 800 milhões.
De acordo com o presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do DF (FAP-DF), Marco Antônio Costa Júnior, o edital recebeu desde ideias embrionárias, até protótipos já desenvolvidos. "Essas empresas estão recebendo os certificados e vão receber a subvenção econômica e o apoio técnico, além de mentorias. Nós vamos fazer o acompanhamento para que eles não se percam nas dificuldades iniciais do projetos. Esse é um importante instrumento de mudança de matriz socioeconômica do DF", salientou.
Inovação
Entre os beneficiados está o projeto Frizz Cosmético, que pretende desenvolver uma linha de produtos biotecnológicos para cabelos cacheados direcionado ao público que passa pela fase da transição capilar. "A nossa ideia é fazer esse produto natural à base de proteína que vai recuperar o formato do cacho depois de processo de alisamento, isso ainda não existe no mercado. Entramos no programa com o protótipo conceitual e agora estamos comprando os insumos com o dinheiro do Start", conta Amanda Jácome, 26 anos, uma das idealizadoras da iniciativa. Ela criou o projeto com os amigos Bruna Neto, 23; Letícia, 25; João Victor, 25; e Gustavo, 26.
"Estudamos biotecnologia na UnB juntos e, durante o nosso curso, tivemos uma matéria de empreendedorismo, em que desenvolvíamos projetos. Desde então, a gente tem tentado colocar o projeto para frente. Mas só agora, no Start, a gente conseguiu a oportunidade de ter dinheiro para realmente desenvolver o Frizz Cosmético", conta Amanda.
Outra iniciativa selecionada é a desenvolvida por Rafael Mascarenhas, 22, e pelos irmãos Victor e Gabriel Pacheco, 23. "O projeto BR.Ino tem o objetivo de democratizar o ensino de robótica no Brasil, temos várias plataformas não só para a aprendizagem, mas para quebrar algumas barreiras de infraestrutura do país, assim como ferramentas de ensino e cursos de educação tecnológica", explicou Rafael. "Percebemos que isso era importante quando fomos dar uma aula para 100 alunos em nossa escola e vimos as diversas barreiras que havia: do idioma, da acessibilidade e da inclusão. Por isso, estamos apostando em um método de ensinar com metodologias ativas. A nossa missão é democratizar o ensino tecnológico no Brasil", finalizou.