Vice-diretor da Faculdade Educação da Universidade de Brasília (UnB), José Luiz Villar Mella, 62 anos, morreu na madrugada de ontem, após uma parada cardiorrespiratória. Carioca e filho de pais espanhóis, atuava como professor de história desde 1985 e era conhecido por acreditar que a verdadeira revolução estava na sala de aula.
Villar formou-se pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Em 1998, mudou-se para a capital do país e, em 2002, concluiu o doutorado no curso de história pela UnB. A trajetória como docente na universidade começou aos poucos, depois que se tornou professor substituto de história da educação, em 2005. Cinco anos depois, foi efetivado e conquistou a vaga de docente-adjunto na Faculdade de Educação.
No câmpus Darcy Ribeiro, trabalhou como coordenador de graduação do curso de pedagogia e da extensão. Estava na função de vice-diretor desde 2018, quando assumiu o cargo ao lado de Liliane Campos Machado, com quem atuou em parceria pelos últimos quatro anos. Para a diretora da faculdade, Villar era um "excelente amigo, que prezava por ensinar e ajudar os companheiros".
Além de trabalharem como diretores, os dois coordenaram a graduação juntos: ela no diurno, e ele à noite. Uma história que comove a educadora tem relação com a chegada de José Luiz à função. Para receber a colega, o professor preparou uma coletânea de legislações, orientações e instruções internas da UnB, segundo ela. "Tudo que ele tinha de conhecimento, encadernou e me entregou. Era uma pessoa muito acolhedora e respeitosa", relata.
Outra função desempenhada por Villar era a de representante da UnB na Presidência da Câmara de Educação Superior do Conselho de Educação do Distrito Federal. Também fez parte da equipe de pesquisadores do Museu da Educação do DF, atuou como professor em universidades particulares locais e, no governo Lula, exerceu cargo de coordenador de projetos na Casa Civil.
Casado e pai de duas jovens — uma de 25, outra de 23 —, José Luiz acreditava que, só a partir do ensino, seria possível construir um futuro com uma base sólida. Apaixonado pela docência, pela leitura e pela escrita, o professor nasceu para o ofício, segundo a filha mais velha, Estela Villa.
Estudante de ciências sociais na UnB, Estela conta que, quando o pai andava pelos corredores da universidade, lembrava um prefeito, pois conversava com diversas pessoas e conhecia outras centenas. "E todos os alunos tinham um imenso carinho por ele, que dedicou a vida para mostrar que a educação transforma", acrescenta a jovem.
A despedida do educador será hoje, a partir das 9h, na Capela 5 do Cemitério Campo da Esperança. O sepultamento será às 11h30.
* Estagiários sob a supervisão
de Jéssica Eufrásio