Durante uma caminhada na zona rural de Planaltina (GO), o professor Adeilton Oliveira, 48 anos, encontrou um possível artefato indígena, que teria entre 6 e 12 mil anos. Ao se deparar com a descoberta de uma pedra com um formato peculiar, ele procurou especialistas para solucionar o mistério. Ao receber a demanda, o professor Luis Cayón, coordenador do Núcleo de Arqueologia da Universidade de Brasília (UnB), que estimou a idade do objeto, diz ser difícil dar mais informações apenas com as imagens, mas é provável que ele faça parte de algum sítio arqueológico, ou que tenha sido arrastado por um rio.
"Um sítio arqueológico é um local onde houve presença humana no passado. Além disso, é um local que atividades humanas deixaram vestígios", explica.
Professor de artes da Secretaria de Educação, Adeilton conta ao Correio que acha diversas pedras enquanto anda de bicicleta. A partir de um momento, ele passou a procurar ajuda de professores em grupos de Facebook para entender o que significava cada objeto. Sobre a pedra que achou recentemente, ele explica que acionou diversos pesquisadores.
"Dia 11 haverá uma análise primária do objeto para tirar umas dúvidas. Alguns dizem que pode ser um fóssil, outros dizem que não. Entrei em contato com vários palentólogos. Estou levantando um debate sobre o Distrito Federal pré-histórico", conta.
O professor Luis afirma que os fósseis, normalmente, tiveram alguma função para os grupos humanos, como a ponta de uma flecha ou de lança, mas no caso da pedra, é necessário investigar. “O objeto por si só não diz muita coisa, é preciso saber o sítio arqueológico para identificar o histórico daquele elemento”, afirma.
Cayón conta que a própria UnB está participando de uma pesquisa com a Universidade de São Paulo, em Unaí (MG), investigando sítios arqueológicos. No local, há uma gruta com desenhos rupestres e a visitação estava descontrolada. "Havia restos humanos no chão, e a última escavação havia ocorrido nas décadas de 1970 e 1980", explica. “Algumas datas são de 12.000 anos atrás e algumas, mais recentes, de 300 anos atrás”, afirma. Segundo ele, houve muitas ocupações durante as passagens dos séculos.
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*Sob a supervisão de Juliana Oliveira