Cidades, saúde

Pesquisa vai mapear infecções por covid-19 no DF

De acordo com levantamento feito na Estrutural, testes conseguiram descartar em 99% casos de não infecção

A testagem da população é uma das principais ferramentas de controle e enfrentamento à pandemia de covid-19. Nesse cenário, a Universidade de Brasília (UnB) tem investido numa pesquisa para verificar a precisão dos testes sorológicos de covid-19, e também, descobrir quantas pessoas de fato se infectaram com o vírus no Distrito Federal. Chamado de "Validação de Métodos para Diagnóstico e Estimativas de Prevalência pela Infecção por SARS-CoV-2", o estudo conta com o recurso de R$ 6,5 milhões e é coordenado pelo professor Wildo Araujo, que usou como base a população da Estrutural, para verificar a eficácia dos testes rápidos.

Em agosto de 2020, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios covid (Pnad Covid-19) mostrou que pelo menos, 13,5 milhões de pessoas, realizaram algum exame para verificar se tinham sido infectados. Entretanto, os testes disponíveis apresentam variados graus de sensibilidade. Num cenário como o de recente contingenciamento de insumos, os dados são importantes para a política de saúde. Paulo Filho Barros do Nascimento, 23 anos, é tecnólogo em Radiologia mora no Paranoá, e descobriu que estava com covid-19 em dezembro de 2020, foi a uma UBS no Paranoá, onde seu pai realizou o teste sorológico que deu positivo. "Fomos ao posto pois eu, meu pai e minha mãe estávamos com sintomas cansaço falta de ar, paladar e olfato, chegando lá o resultado do meu pai foi positivo e as profissionais da saúde não quiseram fazer em mim e afirmaram que se um da casa estava todos estariam, nos isolamos e de nós três quem ficou pior foi meu pai, ele chegou a tossir sangue e ter três manchas no pulmão", relata o jovem.

Metodologia

O professor Wildo Araujo explica que a avaliação foi feita sobre o teste de antígeno - com amostra do nariz, de pessoas que moram na Estrutural e procuraram atendimento na Unidade Básica de Saúde da cidade, pois estavam com sintomas, o resultado apresentou ter sensibilidade de 77% para detectar se o indivíduo está com covid. "Esse tipo de testagem rápida de antígeno — que faz com amostra do nariz — detectou menos vírus entre os doentes com covid-19, mas consegue ter alta especificidade (99%), ou seja, se a pessoa não tem a infecção. O teste rápido se demonstrou excelente em conseguir gerar resultados negativos entre pessoas que de fato não tinham Covid-19", explicou Wildo Araujo.

O professor pretende visitar pelo menos 6.800 domicílios no DF e fazer um verdadeiro raio-X da infecção do novo coronavírus em regiões administrativas como Taguatinga, Ceilândia, Setor Sol Nascente, Plano Piloto e Estrutural.