Asa Sul

Estudante suspeito de planejar massacre paga fiança de R$ 5 mil e é solto

Na delegacia, o rapaz, morador da Asa Sul, confessou que participava de grupos nazifascistas e antidemocráticos na internet há, pelo menos, um ano

Darcianne Diogo
postado em 30/03/2022 15:30 / atualizado em 30/03/2022 15:31
PCDF apreendeu diversos materiais na casa do estudante -  (crédito: Divulgação/PCDF)
PCDF apreendeu diversos materiais na casa do estudante - (crédito: Divulgação/PCDF)

O estudante de 20 anos suspeito de planejar massacres no Distrito Federal pagou fiança na delegacia e foi liberado após ser preso por armazenar vídeos e fotos de cunho pornográfico infantil no celular. Nesta quarta-feira (30/3), o Correio revelou que o rapaz confessou participar de grupos nazifascistas e antidemocráticos na internet há, pelo menos, um ano.

As investigações foram conduzidas pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) com o apoio de agências internacionais de inteligência e segurança. Após a Justiça do DF deferir o mandado de busca e apreensão, policiais civis foram até a casa do suspeito, na Asa Sul, onde encontraram uma arma de airsoft, facas e canivetes, um taco de beisebol e até uma máscara do personagem fictício Jason Voorhees, assassino da série de filmes slasher Sexta-Feira 13.

No celular do estudante, a polícia localizou filmagens e fotos pornográficas envolvendo crianças e adolescente. Por esse motivo, ele foi indiciado no art. 241-B Lei nº 8.069 (adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente). O estudante pagou fiança de R$ 5 mil, foi liberado e vai responder em liberdade.

Surpresa


O jovem mora com os avós, que são servidores públicos aposentados da Secretaria de Educação, em uma casa de dois andares. Vizinhos relataram surpresa ao ficarem sabendo da prisão do estudante. Um morador disse que o rapaz saía pouco na rua e tinha o costume de ficar em casa.

Aos 20 anos, o estudante cursa o 3º ano do ensino médio em um colégio particular da Asa Sul. O Correio apurou que, durante toda a vida escolar, o rapaz ficou matriculado na mesma instituição, exceto no 6º ano do ensino fundamental, em que foi para uma escola pública, em 2014.

Ao ser interrogado sobre os fatos, o suspeito contou que sofreu bullying e participava de um grupo na web que discutia assuntos relacionados a massacres, mas disse que acreditava que não teria coragem “quando chegasse o momento”. Nas redes sociais, ele afirmou que disparava discursos homofóbicos, misóginos e nazistas, mas os textos seriam apenas “ironias”.

A operação contou com apoio do Instituto de Criminalística/IC. A Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations ou HSI) em Brasília desenvolveu informações sobre indivíduos, com a possível intenção de cometer atos graves de violência, incluindo massacres escolares. Já a Coordenação do Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) repassou as informações à PCDF.

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  • Investigação durou cerca de dois meses e contou com o apoio de agências internacionais
    Investigação durou cerca de dois meses e contou com o apoio de agências internacionais Foto: PCDF/Divulgação
  • Jovem planejava ação de massacre em uma escola do DF
    Jovem planejava ação de massacre em uma escola do DF Foto: Divulgação/PCDF
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