Dois rappers representam Ceilândia pelo Brasil, X, do Câmbio Negro; e Japão, do Viela 17. Eles lançam em seus versos a potência poética e visceral das ruas, das quebradas. Em entrevista para o hotsite do Correio, os artistas falaram da relação com a cidade que levam aos palcos.
"Todos os dias quando saio de casa, me deparo com várias cenas que me inspiram, diariamente tenho essa sensação, são 50 anos vivendo e respirando esse ar e essa essência, posso viajar a qualquer canto do país ou do mundo, sempre penso em Ceilândia como uma cidade gigantesca", destaca Japão.
Confira o especial Ceilândia 51 anos
X também vai no osso para dizer que "Ceilândia representa a alegria, a dor, a frustração, a superação, a auto-estima... a terra dos incansáveis!". Ele lembra dos tempos dos bailes no Quarentão. "Eram nossos momentos de alegria, descontração, rever e conhecer pessoas. Energia pura!", comenta, ao acrescentar que esses eventos ajudaram a formar a identidade de Ceilândia.
"Pessoas de várias regiões do Distrito Federal vinham participar da festa, mostrar sua dança e performance", ressalta. "Ceilândia pulsa rap, rock, forró, samba. Faz parte de nós!", celebra.
Japão lança, hoje, a música Ceilândia Centro, com a participação do rapper Rapadura Xique Chico e rende homenagem aos 51 anos da cidade. A canção faz parte do próximo disco, Ceilândia West Side. Confira nas plataformas.
Na energia do samba
A história de Edvaldo Cirilo, conhecido como Negro Vatto, confunde-se com a de Ceilândia. Ele chegou ainda bebê à cidade, em abril de 1971, mês seguinte ao da fundação. Vatto cresceu, estudou e trabalhou como policial militar em Ceilândia, ofício do qual se aposentou ano passado. Mas a sua grande contribuição para a cidade foi na cultura, mas precisamente com o ritmo considerado um dos símbolos nacionais: o samba.
Vatto se prepara para retomar o projeto Samba na Comunidade, que leva, desde 2014, para a Praça da Bíblia, o samba raiz — bandeira que os 14 músicos que compõem o grupo levantam. A roda é aberta, com participações especiais, incluindo figuras ilustres nacionalmente no gênero.
O projeto foi idealizado por Michel Santos, que, ao lado de Negro Vatto, são os responsáveis pela festa. "A gente quer que as pessoas tenham acesso ao samba raiz, à ancestralidade do samba", declara Vatto, que vê em Ceilândia um potencial artístico que merece maior atenção dos governantes. "Na área da cultura conquistamos muita coisa. Mesmo assim, a nossa cidade ainda é muito malvista, mas quem é daqui sabe que não é assim. Queremos um retorno maior dos impostos que pagamos para termos acesso à cultura e à qualidade de vida."
Criado em Ceilândia Norte, ele também não deixa de lembrar da origem nordestina que a maior parte da população da cidade tem. "O Nordeste todo mora aqui. A feira, a casa do cantador… Ceilândia representa muito!".
*Estagiário sob a supervisão de José Carlos Vieira
Saiba Mais
- Cidades DF Youtuber Klebim e mais três são soltos e vão usar tornozeleira
- Cidades DF Adolescente esfaqueada em escola de São Sebastião recebe alta
- Cidades DF Após denúncia de violência doméstica, PMDF apreende R$ 222 mil e drogas
- Cidades DF Vacinação itinerante no DF atende mais de 500 pessoas na manhã de sábado (26/3)
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.
Na energia do samba
A história de Edvaldo Cirilo, conhecido como Negro Vatto, confunde-se com a de Ceilândia. Ele chegou ainda bebê à cidade, em abril de 1971, mês seguinte ao da fundação. Vatto cresceu, estudou e trabalhou como policial militar em Ceilândia, ofício do qual se aposentou ano passado. Mas a sua grande contribuição para a cidade foi na cultura, mas precisamente com o ritmo considerado um dos símbolos nacionais: o samba.
Vatto se prepara para retomar o projeto Samba na Comunidade, que leva, desde 2014, para a Praça da Bíblia, o samba raiz — bandeira que os 14 músicos que compõem o grupo levantam. A roda é aberta, com participações especiais, incluindo figuras ilustres nacionalmente no gênero.
O projeto foi idealizado por Michel Santos, que, ao lado de Negro Vatto, são os responsáveis pela festa. "A gente quer que as pessoas tenham acesso ao samba raiz, à ancestralidade do samba", declara Vatto, que vê em Ceilândia um potencial artístico que merece maior atenção dos governantes. "Na área da cultura conquistamos muita coisa. Mesmo assim, a nossa cidade ainda é muito malvista, mas quem é daqui sabe que não é assim. Queremos um retorno maior dos impostos que pagamos para termos acesso à cultura e à qualidade de vida."
Criado em Ceilândia Norte, ele também não deixa de lembrar da origem nordestina que a maior parte da população da cidade tem. "O Nordeste todo mora aqui. A feira, a casa do cantador… Ceilândia representa muito!".
*Estagiário sob a supervisão de José Carlos Vieira