Violência

Aluno que esfaqueou colega em escola de São Sebastião será transferido

Caso ocorreu no Centro de Ensino Fundamental do Bosque, onde rapaz de 15 anos esfaqueou a colega, de 14. A própria escola é quem cuida da transferência

Pedro Marra
Arthur de Souza
postado em 23/03/2022 21:47 / atualizado em 24/03/2022 19:09
Entrada do CEF do Bosque, em São Sebastião -  (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A.Press)
Entrada do CEF do Bosque, em São Sebastião - (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A.Press)

O estudante do Centro de Ensino Fundamental do Bosque (CEF do Bosque), de 15 anos, que esfaqueou uma colega, de 14, vai ser transferido de escola. A informação confirmada ao Correio é da diretora do colégio de 1,2 mil alunos, Priscila Silva de Jesus, 39. 

Priscila confessa que tem limitações para manter a segurança dentro da escola, como fazer revistas, responsabilidade da Polícia Militar do DF, e cuidar dos impulsos dos alunos. "Por isso que a gente vai organizar, junto dos professores, um projeto envolvendo educação, respeito e sentimentos", adianta.

A educadora admite um misto de sentimentos. "Você se sente impotente, fragilizada, exposta, porque a escola tem um bom trabalho, faz um bom projeto, tem alunos que ingressam em faculdades e passam em concurso", finaliza.

Diante das investigações da Delegacia da Criança e do Adolescente 1 (DCA 1), à frente da investigação pela Polícia Civil do DF (PCDF), a escola analisa para qual centro de ensino o estudante será transferido. O Regimento da Rede Pública de Ensino do DF determina que o estudante é proibido de "ingressar na unidade escolar portando arma de fogo, acessório, munição, artefato explosivo, simulacro e assemelhados à arma de fogo, à arma branca, ou a qualquer item ou objeto que coloque em risco a sua integridade física ou de outrem", diz o texto.

O documento acrescenta que a equipe gestora da escola deverá imediatamente comunicar a família, o Conselho Tutelar e acionar a autoridade policial competente para as providências legais cabíveis, "cabendo à direção ainda a aplicação de medida disciplinar de suspensão ou, se for caso, de transferência , quando o convívio prejudicar a segurança ou o bem-estar da comunidade escolar", preconiza o Regime.

Cada escola deve decidir sobre a aplicação de medida de transferência, que será realizada de modo excepcional, quando não for mais recomendável a manutenção do estudante na mesma unidade escolar por comprovada necessidade de garantia da proteção dele e de outros.

Programa emergencial

Em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (23/3), a secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá, afirmou que um dos assuntos abordados na coletiva foi um possível plano conjunto com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF), para combater esse tipo de caso. A chefe da pasta comentou que a SEEDF está trabalhando não apenas com o órgão de segurança.

"Estamos montando um programa, emergencial que vai envolver outras secretarias. A gente está trazendo também a Saúde e a Juventude, para discutirmos um plano comum, para dar a resposta que a sociedade precisa, que é a segurança e uma cultura de paz nas escolas, e é isso que estamos buscando" frisou.

Hélvia ressaltou que conversou com Júlio Danilo, gestor da SSP-DF, sobre os casos recentes de violência nas unidades de ensino. "O governador determinou que nós fizéssemos essa ação conjunta e vamos analisar quais escolas estão com mais casos de violência, para reforçar com o batalhão escolar, fazendo rondas em áreas próximas aos colégios, pois vimos que alguns também aconteceram fora das dependências escolares", disse a secretária.

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