Protegendo
a natureza
Passados mais de 30 anos, a diferença entre uma versão e outra da novela é marcante não só pelas escolhas de enredo, mas pelas alterações físicas sofridas pelo Pantanal. "Gravamos na mesma fazenda da primeira versão, então as paisagens são as mesmas, mas o tempo mudou muito as características", explica o autor.
Tanto os criadores quanto o elenco concordam no que diz respeito à grandiosidade do Pantanal e à importância da preservação do local, que já sofreu muito durante os 32 anos que dividem as duas estreias. "A novela é um portal do público para o Pantanal e, vendo as cenas, o próprio Pantanal fala por si só", afirma Marcos Palmeira, que acredita ser muito visível o sofrimento do bioma.
"Estamos no vermelho. O Pantanal sofre, com queimadas, com a seca. Se a gente não começar agora a fazer um novo amanhã, não teremos um mundo para viver no futuro", alerta Gabriel Sate, que assume o papel de Trindade, vivido pelo pai em 1990. "Vê-se agora a urgência de pensar no equilíbrio ambiental no mundo", complementa Dira Paes, que vive Filó na segunda fase da novela. "Nós, agora, não somos mais taxados de eco chatos como era taxado o pessoal do elenco há 30 anos", comenta.
"Falo para o meu avô que o que ele alertou lá atrás as pessoas não ouviram. Tem uma paisagem e uma natureza que não existe mais", aponta Bruno Luperi. Agora, ele busca a sobrevida do texto criado pelo avô para colocar novamente em pauta um discurso pela preservação da região que há muito estava esquecida. Afinal, como diz o diretor artístico Rogério Gomes: "Apesar de todo esse sofrimento, o Pantanal se mantém soberano e muito maior que o homem".
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