Uma enfermeira foi agredida com tapas no rosto pela esposa de um paciente da Unidade Básica de Saúde (UBS) nº 5, de Taguatinga, na segunda-feira (21/3). A violência aconteceu após a profissional alegar que não poderia prescrever medicamentos tarja preta para o paciente e que o mesmo deveria procurar o médico responsável. A acompanhante do homem não gostou da resposta e partiu para cima da mulher.
Dentre os remédios solicitados estavam Rivotril e Clonazepam, que são utilizados no tratamento de vários tipos de distúrbios de ansiedade e devem ser prescritos após consulta médica, conforme protocolos clínicos. De acordo com uma das enfermeiras que trabalha no posto — e pediu para não ter a identidade divulgada —, a UBS mencionada não abrange o endereço do paciente, que teria passado em outro posto de saúde, há cerca de 15 dias, para pegar a mesma medicação. “Um centro de saúde se comunica com outro. Ele já havia pego as medicações há um tempo, estava querendo uma nova prescrição, ou seja, superdosagem”, constata.
Segundo a profissional de saúde, no momento do atendimento, o homem explicou que precisava da medicação. Em resposta, a enfermeira disse que não tinha competência para prescrever. Foi quando o homem, em dado momento, começou a ameaçar a profissional de saúde. “Você sabe o que um paciente faz quando está em abstinência?”, disse. “Ele abriu a porta, chamou a mulher dele, que começou a tirar os sapatos e foi pra cima dela, dando tapas no rosto”, recorda. Segundo a enfermeira, a vítima teve pequenas escoriações no nariz, que foram feitas pela unha da esposa do paciente.
Pessoas que estavam no local separaram a briga e todos os envolvidos foram encaminhados para a 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga). Segundo o boletim divulgado pela Polícia Civil, a acompanhante relatou que também foi agredida pela enfermeira que realizou o atendimento. Em nota, a corporação informou que ambas as envolvidas manifestaram o direito de representar criminalmente uma contra a outra. Elas se comprometeram a comparecerem em juízo assim que chamadas para tal”. As duas foram encaminhadas para o Instituto Médico Legal (IML) para fazer exame de corpo e delito.
O Correio tentou entrar em contato com a enfermeira agredida e procurou uma forma de se comunicar com o casal envolvido. Até a publicação da reportagem, não houve retorno. O espaço segue aberto para posicionamento de ambos os lados.
Comoção
A agressão sofrida pela enfermeira, que foi afastada do trabalho após pegar atestado de acidente de trabalho, causou comoção entre colegas de trabalho. Na manhã desta terça-feira (22/3), profissionais de saúde da UBS Nº 5, de Taguatinga, suspenderam os atendimentos e se reuniram em frente ao posto de saúde para manifestar repúdio à ação de violência cometida. Até a publicação da reportagem, os atendimentos não haviam sido retomados.
Em nota, a Secretaria de Saúde lamentou o ocorrido. “É inadmissível que servidores públicos sejam tratados desta forma no desempenho de suas funções em prol da assistência à Saúde no Distrito Federal, independente do setor que atuem. Ressalta-se que desacato a servidor público no desempenho de suas funções pode configurar crime, previsto no Código Penal”, reiterou a pasta. O Correio procurou o Sindicato de Enfermeiros do DF mas, até a publicação da reportagem, não houve retorno.
Aguarde para mais informações.
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