O Distrito Federal ficou fora da lista dos dez primeiros colocados em pesquisa realizada pela ENAP (Escola Nacional de Administração Pública) que elenca as cidades com mais possibilidade de empreender no país. O superintendente do Sebrae/DF, Valdir Oliveira, comentou o resultado ao CB.Poder — programa do Correio em parceria com a TV Brasília —, desta segunda-feira (21/3) explicando que a queda no ranking ocorreu em virtude da baixa pontuação no critério ambiente regulatório, que são as regras para criação de empreendimentos. Em entrevista à jornalista Ana Maria Campos, ele explica que esse processo é mais complicado e burocrático na capital federal.
Em contrapartida, ele cita o crescimento do DF no quesito cultura empreendedora, que é a busca dos empreendedores pela oportunidade de empreender. “Nós nos tornamos o terceiro lugar no país onde mais se procura informações relacionadas ao empreendedorismo”, destaca. Por Brasília ser um local onde as oportunidades no serviço público são mais requisitadas, Valdir alerta que essa cultura instaurada em muitos brasilienses interfere no crescimento empreendedor, uma vez que esse desejo pode influenciar de uma maneira negativa. “Montar um negócio não é fácil. Essa luta é muita vezes inglória, porque você está diante de uma máquina que pode dizer não pra você em qualquer momento”, ressalta.
Empreender é o caminho
Com o intuito de despertar os jovens para o empreendedorismo, o Sebrae/DF garante que os negócios são uma boa alternativa para as próximas gerações. Com isso, Valdir relatou que está sendo realizado um esforço po rmeio do programa de educação empreendedora para que crianças e adolescentes da rede pública de ensino optem por seguir no ramo de empreendedorismo e não na carreira pública.
Por intermédio de metodologias e estudos, esses estudantes passam pelo processo de desenvolvimento para que a vocação empreendedora torne-se uma opção para o futuro. “Nós atendemos, aqui em Brasília, no ano passado, 170 mil crianças. Isso acontece porque precisamos cuidar dessa próxima geração”, finaliza.
Olhar empático
As dificuldades advindas da pandemia, principalmente relacionadas ao empreendedorismo, precisam ser solucionadas com mais sensibilidade, de acordo com o superintendente do Sebrae. "Nós precisamos de um estado que tenha o mínimo de intervenção e o máximo de empatia com quem está atendendo”, diz.
Para ele, o maior legado dessa crise sanitária é o empobrecimento dos mais pobres, uma vez que o contraste de desigualdade ficou pior em detrimento do atual momento. Valdir avalia que a resolução, por parte de quem está no poder, acontecerá por meio dessa solidariedade, que necessita enxergar as pessoas e socorrê-las.
*Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel
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