Um interno da Unidade Prisional Regional de Valparaíso de Goiás ficou com ferimentos expostos na costela após ser atingido com bala de borracha disparada por um policial penal. O caso chegou ao Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), que abriu uma investigação. Em nota, a Diretoria Geral de Administração Penitenciária (Dgap) esclareceu que o preso havia se envolvido em uma briga na cela.
Em vídeo, o preso detalhou a situação. Segundo ele, em 4 de março, houve uma confusão na cela onde estava alocado após os detentos não aceitarem a presença de um outro apenado. “O agente penal insistiu em colocar o preso na cela e os outros começaram a bater nele. Eu estava na minha, quando os policiais chegaram efetuando os tiros, sendo que a briga já estava apartada”, disse.
O preso relata que um dos tiros de borracha acertou a costela dele. Minutos depois, um segundo policial compareceu à cela e perguntou quem havia sido atingido. “Levantei a mão, mas eu disse que não estava envolvido na briga. Levaram a gente para o castigo. Não quiseram ouvir a gente, simplesmente nos colocaram no P0 (Pátio do castigo), tiraram a TV e quebraram o ventilador na cabeça dos internos”, detalhou.
Investigação
Ao Correio, a Dgap deu uma outra versão do caso. Segundo a diretoria, na data do fato, o detento mencionado cumpria pena por crimes relacionados à integridade física e moral das pessoas. “Ele se envolveu em uma briga generalizada entre detentos de uma das celas do local, subvertendo a ordem e disciplina do presídio. Neste momento, servidores penitenciários precisaram intervir para evitar possíveis mortes”, justificou.
A Dgap abriu procedimento administrativo interno para averiguação do fato e aplicação das sanções disciplinares aos detentos envolvidos na ação. O órgão afirmou, ainda, que os presos feridos durante a briga receberam o atendimento médico na enfermaria, localizada dentro da unidade prisional e seguem sem risco de morte.
Procurado pelo Correio, o presidente da Comissão de Segurança Pública, Sistema Prisional e Política Criminal, da Subseção da OAB-GO de Valparaíso de Goiás e Novo Gama, Suenilson Saulnier de Pierrelevée Sá, afirmou que, ao saber dos fatos, vai tentar o mais rápido possível junto à Comissão de Direitos Humanos da Subseção uma vistoria na Unidade Prisional. “Queremos apurar a veracidade dos fatos, os quais desconhecíamos até esse momento. Somente depois disso, poderemos nos posicionar efetivamente”, disse.
O MPGO soube da situação nesta quinta-feira (17/3) e abriu uma investigação.
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