Luto

"Sofreu grande injustiça", diz pai de jovem esfaqueado em Ceilândia Norte

Sepultamento do estudante do CED 7 de Ceilândia Norte reuniu cera de 200 pessoas no Cemitério de Taguatinga, na tarde desta sexta-feira (18/3)

Pedro Marra
Eduardo Fernandes*
postado em 18/03/2022 18:00 / atualizado em 19/03/2022 10:01
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) ainda procura por Gabriel Santos da Silva, 23, acusado do latrocínio contra o estudante -  (crédito:  Minervino Júnior/CB)
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) ainda procura por Gabriel Santos da Silva, 23, acusado do latrocínio contra o estudante - (crédito: Minervino Júnior/CB)

Com aproximadamente 200 amigos, colegas da igreja e familiares, o enterro do jovem estudante do Centro de Ensino 7 (CED 7) de Ceilândia Norte Gabriel Gomes Barbosa, 24 anos — vítima de latrocínio na quarta-feira (16/3), na QNN 37 — foi marcado por choro e cantos religiosos na descida do caixão do garoto. O sepultamento ocorreu na tarde desta sexta-feira (18/3), no Cemitério de Taguatinga. 

Ao Correio, o pai de Gabriel, o funcionário público Jadson Barbosa Alves, 53, diz que mora a 600 metros de onde ocorreu o crime. "Ele sofreu uma grande injusta no mundo", afirma. Ele cita que a Igreja Renascer em Cristo da cidade, que o filho passou a frequentar há cerca de um mês, fez diferença na relação entre os dois.

"Logo quando ele começou a frequentar a igreja, se tornou uma pessoa melhor, principalmente quando eu mandava ele desligar o videogame às 3h", recorda. Na opinião de Jadson, a falta de segurança tem mais a ver com falta de recursos do Estado. "Também com desemprego, outro fator que determina o aumento da criminalidade", comenta.

Saudade

Amigo da família, Edilson dos Santos, 50 anos, conhece Gabriel desde o nascimento. Frequentador da mesma igreja que os pais, ele afirma que viu o crescimento do rapaz, acompanhando as brincadeiras de rua, principalmente futebol, já que Gabriel era torcedor fanático do Flamengo.

Para o colega da família, o jovem deixará marcas e memórias nos corações de cada um que o conheceu. "Era um garoto tranquilo e alegre. Um menino bom, que vai deixar muita saudade", conta.

Emocionado, mas com o coração feliz de ter conhecido Gabriel, Wesley Pereira, 27, era o líder religioso do rapaz. Ele garante que o jovem era um "garoto especial", apesar de terem convivido por pouco mais de dois meses.

Wesley ressalta a alegria e a disposição de Gabriel em ajudar as pessoas. O que conforta o amigo é saber que o jovem, batizado na igreja no mês passado, teve o encontro espiritual que tanto almejava. Para ele, Gabriel jamais será esquecido. "Ele era um menino muito leal. Só tenho gratidão por tê-lo conhecido", diz.

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) ainda procura por Gabriel Santos da Silva, 23, acusado do latrocínio contra o estudante. A PCDF disponibiliza canais on-line para denúncias, como o site oficial da polícia e o Disque Denúncia (197). A ligação é gratuita e o sigilo é garantido.

Veja abaixo o momento em que o caixão de Gabriel desce, enquanto um grupo de mulheres da igreja entoa um canto religioso.

*Estagiário sob supervisão de Ana Isabel Mansur

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