O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) descartou a possibilidade da existência de objetos arqueológicos e fósseis pré-históricos encontrados na zona rural de Planaltina. De acordo com o instituto, o material coletado pelo professor Adeilton Oliveira, 48 anos, especializado em educação patrimonial, não pode ser considerado vestígio arqueológico de comunidades pré-históricas.
Segundo o instituto, após uma vistoria técnica na área do Parque Ambiental Colégio Agrícola de Planaltina, em 11 de março, a superintendência do Iphan encontrou uma região “muito impactada por trânsito de ciclistas que a utilizam para prática de esportes ao ar livre”. Para o Iphan, como a área é muito afetada por atividades de motocross, mountain bike e incêndios, há tendência de “lascamentos nas rochas que compõem o solo”, o que pode torná-la semelhante a um material arqueológico.
“Não identificamos nenhum vestígio de lascamento causado por atividades humana pré-histórica no local, ou seja, rochas com vestígios de lascamento (bulbo, contra-bulbo, plano de percussão, blocos de extração, núcleos, lascas). Considerando a ausência de contexto arqueológico e a característica do material coletado, essas peças não podem ser consideradas como vestígio arqueológico”, afirmou o Iphan, em nota encaminhada ao Correio.
Ainda de acordo com o instituto, algumas peças de material polido extraídas pelo professor Adeilton Oliveira — coordenador do Núcleo de Arqueologia da Universidade de Brasília (UnB) — de outra região serão visitadas futuramente pela superintendência do órgão, em julho ou agosto. O instituto solicitou ao professor que, caso ele encontre peças arqueológicas, deixe o material no local. Apenas pesquisadores e pessoas especializadas aprovadas pelo Iphan podem classificar uma área como sítio arqueológico.
Pesquisas
O professor diz que continuará as pesquisas na região, mas elas serão voltadas para as artes, área na qual ele é especializado. O professor, em questionamento ao Iphan, esclareceu que não usa a área para coletar pedras. “Eles colocaram algumas informações inverídicas no relatório e, no final, me deram um puxão de orelha. Eu só coletei alguns artefatos porque eles poderiam se perder nas trilhas”, disse.
*Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel
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