A investigação sobre o caso do assassinato da mãe e filha mortas em um córrego de Ceilândia foi concluída pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Shirlene da Silva, 38 anos, e Tauane da Silva, 14, foram encontradas mortas em 20 de dezembro do ano passado, na região do córrego das corujas, no Sol Nascente. Apontado como o principal autor do duplo homicídio, Jeferson Barbosa está preso. Na manhã desta terça-feira (15/3), um amigo dele foi alvo de uma operação e acabou detido por ameaçar testemunhas.
Além do que já havia sido apurado pela 19ª Delegacia de Polícia (P Norte), depoimentos de Jeferson considerados pela polícia como mentirosos foram cruciais para o indiciamento por duplo homicídio qualificado, aborto e ocultação de cadáver. "Os interrogatórios do Jefferson foram culminantes para que pudéssemos ter certeza que ele foi o autor dos crimes. Nos três interrogatórios, ele mentiu", afirmou o delegado-adjunto da 19ª DP, Thiago Peralva.
No primeiro depoimento, o autor alegou que havia descido ao córrego para fumar maconha e encontrou um amigo chamado Kaio. Segundo Jeferson, ele teria ido embora, mas Kaio ficaria no local, pois queria roubar um celular. Os policiais derrubaram a versão e descobriram que Kaio, na verdade, não era amigo de Jefferson, mas teria adquirido uma bicicleta dele no final do ano passado. "No segundo interrogatório, ele confessou que mentiu e, mais uma vez, disse que não tinha visto as vítimas", completou o delegado.
No terceiro depoimento, o criminoso deu uma nova versão dos fatos e afirmou que viu mãe e filha no córrego, mas que as duas estavam na companhia de um homem que portava arma de fogo caseira. "Ele, inclusive, disse que também havia sido rendido por esse indivíduo e foi obrigado a caminhar no matagal", disse o delegado.
As investigações revelaram que o amigo de Jeferson, de 40 anos, teria ameaçado testemunhas ao longo da apuração policial. Por isso, o suspeito foi indiciado por coação no curso do processo. Veja o momento em que ele chega à delegacia:
Entenda o caso
A PCDF encontrou os corpos de Shirlene e Tauane quase duas semanas após o sumiço das vítimas. A mãe e a adolescente estavam desaparecidas desde o dia 9 de dezembro, quando saíram de casa, por volta de 14h30, no Sol Nascente, para passear em um córrego da região.
Os corpos estavam em uma região de mata, a cerca de 200 metros de distância da cachoeira, o que, para a polícia, descarta a hipótese de afogamento. Na época, a Polícia Civil trabalhou com a hipótese de afogamento e também de fuga, uma vez que depoimentos prestados na delegacia indicavam que Shirlene pretendia ir para o Maranhão.
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