As buscas pela onça-parda que atacou e matou animais no Altiplano Leste, no Paranoá, completam 20 dias nesta terça-feira (9/2) e continuam. Militares do Batalhão Ambiental (BPMA) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) fazem o monitoramento na região para identificar e capturar o felino desde 27 de fevereiro. Em princípio, foi levantada a hipótese de que o animal estaria acompanhado de um filhote, devido às pegadas de tamanhos diferentes encontradas na mata.
Segundo o comandante da operação, o tenente Tales Filipowitz, o BPMA está na terceira fase de monitoramento. “Teve o monitoramento inicial, depois na segunda fase. E agora está numa terceira fase, junto com o Ibram, que foi lá para nos auxiliar também na instalação dessas câmeras”, explicou.
A última atualização, de acordo com Filipowitz, foi a instalação de uma armadilha especifica para a captura desse tipo de animal, emprestada pelo Zoológico de Brasília. “A gente colocou uma isca e várias câmeras também, porém a onça deu uma sumida”, acrescentou.
Além disso, um morador relatou aos policiais que teria visto o animal na região, mas a informação não se confirmou. “Não foi relatado nenhum outro ataque, mas a gente está com a armadilha e diariamente as guarnições passam lá, sem interferir muito no ambiente para poder monitorar essa armadilha”, completou o comandante.
Ao Correio, o presidente da Associação dos Produtores Rurais do Altiplano Leste, Randolfo Martins de Oliveira, disse que os moradores do local seguem aguardando novidades, mas que suspeitam que a onça tenha ido para outra região. “Estamos no compasso de espera, até agora nada da onça. Achamos que houve muito barulho e ela desceu para o rio São Bartolomeu”, apontou.
Recomendações
O Ibram recomenda que quem reside próximo a matas deve manter uma boa “convivência” com animais predadores e não caçá-los. Além disso, é aconselhável o uso de cercas para evitar que animais domésticos entrem na mata. Esses animais domésticos também devem ser recolhidos ao anoitecer. Moradores também devem desfazer-se corretamente dos corpos de animais mortos, a fim de impedir que sejam devorados por felinos, que podem desenvolver a tendência de consumi-los. O Ibram também recomenda que as pessoas evitem aproximar-se ao avistar um animal desse tipo.
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Relembre
Na madrugada do dia 13 de fevereiro, duas éguas foram atacadas, supostamente pela onça, em um haras da região. Um dos animais foi encontrado ferido e o outro, morto embaixo de uma árvore, com ferimentos no pescoço e na região da barriga. Dono do haras no qual as éguas viviam, Marco Antônio Sampaio Filho contou que os ataques começaram em 6 de fevereiro.
Na ocasião, 11 galinhas foram mortas. “E entrou novamente de sábado para domingo e matou uma potra e deixou outra ferida. A gente já contatou a polícia ambiental e eles estão aqui montando armadilhas e câmeras de detecção para encontrar a onça e capturá-la”, relatou o advogado.
De acordo com o presidente da Associação dos Produtores Rurais do Altiplano Leste, Randolfo Martins de Oliveira, a onça vem aparecendo desde novembro do ano passado. “Em novembro e dezembro foi detectada a presença de felinos da região. Em janeiro, houve uma filmagem deste animal e a gente constatou que era uma onça”, contou.
Na chácara de outro morador, o bicho matou seis ovelhas e uma delas foi encontrada a 200 metros do local onde as outras estavam, já dentro da mata, próximo à propriedade. “Essas situações foram relatadas às autoridades, que já estão na região fazendo a confirmação do animal, e em seguida fazendo a captura para que seja removido em segurança e com vida para outro local”, completou Randolfo.
Um vídeo gravado por moradores, cedido ao Correio, mostra um animal de grande porte andando pela região, próximo a uma chácara. Confira:
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