CB.Poder

Decana da UnB alerta para necessidade de participação de mulheres na política

Ao CB.Poder – programa em parceria entre o Correio Braziliense e TV Brasília –, a decana destacou a importância do Dia Internacional da Mulher e pediu maior participação na política

Pablo Giovanni*
postado em 08/03/2022 18:13 / atualizado em 08/03/2022 18:13
 (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

A decana de extensão da Universidade de Brasília (UnB) e membro da União Brasileira de Mulheres, Olgamir Amancia Ferreira foi a entrevistada do CB.Poder — programa do Correio Braziliense, em parceria com a TV Brasília — na tarde desta terça-feira (8/3). Na bancada, a entrevista foi conduzida pela jornalista Mariana Niederauer. Entre as pautas abordadas no bate-papo, está a importância do 8 de março, quando é comemorado o Dia Internacional da Mulher.

Para a decana da UnB, a data, além de trazer felicidades, traz reflexões sobre lutas, justiça e conquistas das mulheres, principalmente, na busca de igualdade. “Hoje é um dia muito importante na luta das mulheres. No contexto em que estamos vivemos, mais do que comemorar, hoje é um dia para marcar, de fato, essa luta histórica das mulheres pelos processos que elas desigualam em toda a trajetória, que é uma busca por uma realidade de igualdade”, afirma Olgamir.

Ao ser questionada pela jornalista sobre a presença das mulheres na política e a ausência em papéis de maior destaque, a decana Olgamir classifica que existe um machismo estrutural muito grande. Mesmo que ainda existam mulheres que conseguem superar obstáculos, elas ainda são tratadas de forma diferenciada, com trabalhos e comissões de menores impactos. 

“Quais são as comissões que são destinadas às mulheres? Você não vê as mulheres sendo convocadas para estarem em uma agenda orçamentária, que define os destinos do país. As mulheres estão sendo chamadas para agendas importantes, mas de cunho social, educativo. Não estamos dizendo que essas pautas não são importantes, mas é revelador do olhar sobre a mulher. Ela está ali, e é parlamentar como os outros. Mas, mesmo assim, no parlamento, a ocupação destinada às mulheres é bem diferente das que são direcionadas aos homens”, analisa.

Ao ser questionada sobre as recentes falas machistas do deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP) e o impacto da falta de uma representação feminina efetiva na política, a decana pontuou ser necessário maior presença das mulheres para que haja uma frente repudiando esses casos. Olgamir apontou que, com a participação de mulheres na política, houve muitas conquistas na sociedade, como os próprios direitos das mulheres.

“Se você olhar o cotidiano, onde muitas mulheres são atingidas no ambiente do parlamentar, é extremamente violento. Entretanto, observamos que, mesmo com um número reduzido, as grandes conquistas alcançadas pela sociedade em relação aos direitos da mulher, direito à saúde e ao acompanhamento na maternidade está muito associado à efetiva presença das mulheres (nos parlamentos)”, disse.

Educação superior

De acordo com a decana, no cenário nacional, existe uma presença muito efetiva de mulheres na educação superior do país. Segundo Olgamir, na maioria dos cursos ofertados nas instituições, existe uma representatividade maior que a dos homens.  Para ela, hoje, existe uma participação bastante destacada.

“Na Universidade de Brasília (UnB), em 55% dos cursos da universidade, as mulheres são maioria. Entretanto, quando olhamos para os cursos que as mulheres ocupam, e isso vale para outras universidades do país, a presença da mulher é naquele setor de ocupação que foi empossado como próprio para elas, então são nas áreas de cuidados. Então não é à toa que você vai ver a presença da mulher na área da saúde, serviço social. O número de mulheres nesses cursos chega a ser 80%”, conta.

Para a decana, quando o cenário aponta para pós-graduação, as mulheres continuam a ter maior representação do que os homens nas instituições e são maioria em cursos em áreas de saúde e assistência social, por exemplo. “As mulheres estão estudando e vencendo todos os obstáculos, mas reafirmo que são em áreas tipicamente consideradas como femininas”, ressalta.

Assista o CB.Poder com a decana Olgamir Amancia na íntegra

*Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel

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