Política pública

Secretaria de Mulher quer integrar órgãos em ações no mês das mulheres

Em entrevista ao CB Poder, a chefe da pasta comentou o aumento nos casos de feminicídio e políticas para redução dos índices

Renata Nagashima
postado em 02/03/2022 17:24 / atualizado em 02/03/2022 17:25
A integração dos órgãos é forma de combater a violência contra a mulher -  (crédito:  Ed Alves/CB)
A integração dos órgãos é forma de combater a violência contra a mulher - (crédito: Ed Alves/CB)

A Secretária de Estado da Mulher do Distrito Federal (SMDF), Éricka Filippelli foi a entrevistada do CB.Poder desta quarta-feira (2/3) — programa do Correio Braziliense em parceria com a TV Brasília. Na bancada, a conversa foi conduzida pela jornalista Ana Maria Campos. A chefe da pasta destacou as ações para a semana da mulher, por meio da Agenda + Mulher, e comentou os últimos números de feminicídio no DF.

Ericka Filippelli anunciou que, no mês em comemoração ao dia da mulher, celebrado em 8 de março, a pasta vai apresentar uma agenda especial que integra estratégias não só da Secretaria da Mulher, mas de outros órgãos do Governo do Distrito Federal. “Nós criamos uma estratégia que foi a agenda março + mulher, com várias ações inovadoras que envolvem órgãos da administração direta e indireta. As secretarias vão participar com suas ações e a Secretaria da Mulher entra com algumas estratégias, programas bem inovadores”, disse.

Dentre as ações promovidas pela secretaria, Ericka Filippelli destacou o Prêmio Talento Mulher, que será lançado no dia 8 de março. A estratégia visa reconhecer as instituições e pessoas que promovem políticas de proteção às mulheres. “É também uma excelente iniciativa para incentivar novas instituições a trabalharem nessa pauta ou até para o surgimento de novas instituições”, explica.

Confira a entrevista completa:

Feminicídios

Em 2021, o número de feminicídios aumentou 47%, subindo de 17, no ano anterior, para 25 neste ano. Segundo a secretária, o dado está dentro do previsto, uma vez que a queda de 2019 para 2021 — de 37% — foi expressiva. “Se a gente analisar a fundo os dados, no ano de 2020, no ápice da pandemia, a gente conseguiu uma redução de quase 50% do índice de feminicídio. Lógico que, a partir disso, o ano seguinte a gente teve um aumento, porque foi uma queda muito expressiva num tempo que ninguém imaginava”, complementou.

De acordo com Filippelli, a pasta tem trabalhado de forma integrada com outras secretarias para reduzir ainda mais esses índices. “A Secretaria da Mulher com a Secretaria de Segurança Pública, com as forças de segurança, criam políticas e pensam num levantamento de todos os casos de feminicídio. Um estudo da Câmara Técnica de Monitoramento traz pra gente o perfil, características muito detalhadas desse crime. A partir dele, nos orientamos na implementação de políticas públicas”, disse.

A secretária destacou, ainda, que há um índice alto de subnotificações dos crimes de feminicídio e de violência doméstica. Segundo ela, entre 2015 e 2018, 72,8% das vítimas não chegaram às delegacias. “Isso fez com que nós buscássemos estratégias para chegarmos até as mulheres em situação de violência e isso a gente criando novos canais, então foi criado, por exemplo, a delegacia on-line do Maria da Penha, em que a mulher pode não só denunciar, mas requerer medidas protetivas e, praticamente em tempo imediato, já é encaminhado para o Tribunal de Justiça para ser deferido pelo juiz”, completou Éricka Filippelli.

 

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