Vacinação

Carnaval terá vacinação contra a covid-19; D3 da Pfizer volta a ser aplicada

Em coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira (24/2), a pasta divulgou que abrirá pontos de vacinação no sábado, segunda e quarta-feira. Mesmo com queda no índice de contaminação, DF alerta para possível aumento de casos da covid-19 após o feriado

Os postos de vacinação contra a covid-19 estarão abertos no período de carnaval no sábado (26/2), segunda-feira (28/2) e quarta-feira (2/3) no período da tarde. Será possível receber primeira, segunda e terceira dose ou dose de reforço. Segundo a Secretaria de Saúde, 40.950 novas doses da Pfizer chegaram ao DF, permitindo a retomada da aplicação da terceira dose ou dose de reforço para maiores de 18 anos a partir desta sexta-feira (24/2).

De acordo com o diretor de Vigilância Epidemiológica, Fabiano dos Anjos, 88,82% da população acima de 5 anos iniciaram o esquema, seja com a dose única ou com as duas doses da covid-19, e 32% já chegaram a receber a dose de reforço. “Só consideramos que a pessoa está vacinada quando estiver com a dose de reforço aplicada”, ressaltou o diretor em coletiva à imprensa na tarde desta quinta-feira (23/2). “Temos, ainda, 190 mil pessoas acima de 5 anos que não tem registro de início da vacina”, detalhou. 

Ainda de acordo com o diretor, o Distrito Federal tem cerca de 600 mil pessoas com a terceira dose ou dose de reforço atrasada. Ao analisar o número significativo, o secretário Manoel Pafiadache demonstrou preocupação. “Em torno de 86% dos nossos pacientes hospitalizados não se vacinaram ou estão com o ciclo vacinal incompleto. Há a necessidade de que as pessoas se conscientizem para que seja fechado o ciclo vacinal”, pontuou.

Queda nos números

Segundo a Secretaria de Saúde, a taxa de contaminação da covid-19 no Distrito Federal está em queda - o índice chegou a 0,80 de acordo com último monitoramento. O secretário destacou que há cerca de 18 mil pessoas contaminadas atualmente com o vírus na capital federal. “Na semana passada, tivemos mais de 56 mil, então a pandemia está diminuindo no DF, mas, continuam as medidas não farmacológicas, como o uso de máscara, álcool em gel”, ressaltou. “Estamos em uma etapa de contratação de 100 médicos temporários, e após o período de carnaval, eles já começam a se apresentar”, disse Pafiadache.

Ao ser questionado sobre uma possível flexibilização da obrigação do uso de máscara após o momento festivo, Pafiadache afirmou que as decisões do governador Ibaneis Rocha se baseiam em estatísticas. “Naturalmente, o governador se baseia em vários dados, não só de saúde, como índices de lotação e testes de RT-PCR, mas também em outras áreas, como econômica e social.”, disse. 

Mesmo com a atual queda verificada no índice de contaminação, a pasta reconhece que o carnaval possa trazer novos casos de covid-19. Em 6 de janeiro, a previsão era de um aumento gradual de casos da doença, principalmente com a variante ômicron se tornando predominante na capital federal, o que se concretizou. “O DF esperava um aumento de casos nos primeiros 45 dias lá em janeiro e, em meados de fevereiro, esperávamos uma diminuição. Tem se observado esse comportamento epidemiológico, com recuo  na transmissão da covid-19, porém, deve-se ressaltar que o carnaval pode trazer significamente aumento de casos”, disse o diretor de Vigilância Epidemiológica, Fabiano dos Anjos.

Queimaduras

Historicamente, casos de queimaduras no Distrito Federal são mais registrados em crianças. Com a pandemia, o cenário mudou e elas estão mais recorrentes em adultos. De acordo com o chefe da Unidade de queimados do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), Ricardo de Lauro, em 2019 foram registrados 2.684 casos de queimaduras no pronto-socorro da unidade, com 11,8% dos pacientes internados e 16% por uso de álcool.

No balanço realizado pela pasta, os números de casos de queimaduras em 2021 quase dobraram em relação a 2020, além do aumento do número de internações - 17,2%. O chefe da ala no hospital ressaltou que, com o aumento do preço do gás de cozinha, pessoas começaram a usar mais o álcool para cozinhar. “As pessoas precisam seguir as normas de segurança, evitar ficarem distraídas ao trabalhar com álcool, e não usá-lo para cozinhar ou acender churrasqueiras ou fogueiras”, orienta.

Em 2020, os casos haviam caído - 2.084 (com 16,4% das ocorrências por uso de álcool líquido ou gel), mas, na análise do chefe da unidade do hospital, possivelmente a população ficou receosa em procurar a unidade por insegurança causada pela própria epidemia da covid-19 . “O aumento de casos deve ter acontecido, mas acreditamos que isso foi dispersado pelas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e pelos hospitais regionais”, destaca Ricardo de Lauro. 

*Estagiário sob a supervisão de Layrce de Lima.