Bares e restaurantes que não cobrem entrada e não tenham pista de dança são umas das opções do brasiliense para o feriado de carnaval que se aproxima. Com as restrições do Governo do Distrito Federal (GDF), não somente os foliões tiveram que arrumar novo jeito de se divertir, como o comércio precisou encontrar formas de dar vazão às mercadorias. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista), Sebastião Abritta, afirma que as vendas estão “tímidas” no início deste ano, principalmente porque não haverá festas de rua, bloquinhos e eventos maiores. Em 2020, antes da pandemia chegar à capital do país, a celebração injetou R$ 240 milhões na economia brasiliense, segundo a entidade.
Sebastião Abritta afirma que é cedo para avaliar a movimentação do varejo, mas destaca que, neste pré carnaval, os consumidores estão preferindo comprar nas lojas físicas do que pela internet. Andreia Brito, gerente da JS Festa, em Taguatinga, diz que a loja está vendendo de 50 a 60 máscaras carnavalescas por dia nesta semana. Segundo ela, as mercadorias mais procuradas são fantasias, acessórios, confetes, serpentina e espuma. “No ano passado, acho que estávamos no mesmo patamar”, conta.
No Taguacenter, a movimentação esta semana está menor do que a esperada. Sarah Aguiar, 21 anos, trabalha em loja que vende acessórios carnavalescos, como fantasia, máscaras e tiaras. “Tem dias que só atendemos 20 clientes pela manhã”, reclama. A vendedora lembra que antes da pandemia, em datas como a folia de Momo, ela não conseguia parar para almoçar devido ao grande número de clientes. Outro ponto que a trabalhadora destaca é a comissão, que fica prejudicada. “Quando tem poucos clientes, não consigo bater a meta, com essa quantidade ínfima de pessoas”, revela.
“Um fator preponderante em relação ao ano passado é a inflação. Ela consome o poder de compra do consumidor”, ressalta Abritta. Mesmo diante desse cenário, o presidente do Sindivarejista aconselha que o brasiliense vá ao comércio, pois haverá diversas promoções, tanto em loja de rua quanto em shopping center, além de fomentar a economia local.
Música liberada
Sem festa, na avaliação de Jael Antônio da Silva, presidente do Sindicato Patronal de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (Sindhobar), o movimento do carnaval será como o de um dia comum. “Não só na ocupação da rede hoteleira, como no aumento de faturamento de restaurantes e bares”, avalia. Segundo ele, essa estimativa vem do cancelamento da folia de rua e de festas. “Não pode dançar, não pode vender ingresso, e tudo isso inibe o cliente e o empresário de realizarem qualquer tipo de evento no seu estabelecimento”, argumenta.
“Evidentemente, com o carnaval, a cidade tem a ganhar. O carnaval movimenta todo o trade turístico: comércio, bar, hotel. Todos têm a ganhar. Apesar de Brasília não ter a tradição de muitos turistas, essa área começava a deslanchar por meio da quantidade de blocos de rua que estavam aumentando. De qualquer forma, é, sim, uma frustração muito grande”, lamenta.
Ariane Borges, gerente comercial do hotel Royal Tulip, destaca que o estabelecimento oferece pacotes de carnaval, com três diárias e alimentação. “As pessoas utilizam o hotel para descanso e para ter algo para fazer no feriado e fugir da bagunça dos grandes centros”, diz. A gerente espera que este ano o faturamento seja melhor do que em 2021, e “do jeito que está indo, tende a superar”, completa Ariane.
O restaurante e bar Gran Bier, às margens do Lago Paranoá, preparou uma programação especial para o carnaval. Não haverá pista de dança, mas a música ao vivo está confirmada. A partir de amanhã, músicos e bandas marcam presença no local. O funcionamento é de meia-noite à 1h.
O médico infectologista e membro da sociedade brasileira de infectologia Julival Ribeiro deixa a dica para os estabelecimentos de como promover uma diversão mais segura. Ele indica que é essencial a cobrança do cartão de vacina. Para o especialista, essa é a medida mais segura para todos, porque somente pessoas totalmente imunizadas deveriam entrar em bares, restaurantes e festas.
“Sabemos que mesmo que os números tenham caído ultimamente no Distrito Federal, ainda há uma grande circulação do novo coronavírus e um alto número de internações”, alerta. “Aqueles não vacinados correm maior risco, segundo os dados da literatura do mundo inteiro, de pegar a covid-19, de desenvolver formas graves da doença, de ir para a terapia intensiva e, infelizmente, até morrer”, detalha Julival.
Dicas de segurança
- Use máscara a todo momento
- Mantenha o distanciamento físico mesmo que esteja em festas
- Faça a higienização das mãos sempre
- Vacine-se
- Evite locais que não cobrem o passaporte da vacinação
Fonte: infectologista Julival Ribeiro