Homicídio

Juíza transfere para a Papuda homem que matou o pai com canivete

O crime aconteceu na tarde de domingo (20/2), em um apartamento da 408 Norte. Cláudio Moreira dos Santos foi esfaqueado na varanda de casa

A Justiça do DF determinou a transferência imediata do jovem, de 29 anos, acusado de matar o próprio pai, de 66, para a ala dos vulneráveis da Penitenciária do Distrito Federal 1 (PDF 1), no Complexo Penitenciário da Papuda. Em audiência de custódia, o juízo havia consignado a informação de que Breno Augusto Santos sofria de transtorno mental e que a alocação em ala psiquiátrica seria mais adequada “para fins de segurança”. No entanto, a juíza titular da Vara de Execuções Penais (VEP), Leila Cury, frisou que não há comprovação médica acerca do fato. A decisão foi assinada nesta segunda-feira (21/2). 


O crime aconteceu na tarde deste domingo (20/2), em um apartamento da 408 Norte. Policiais militares foram acionados por vizinhos, após verem Breno sentado ao meio fio com as mãos sujas de sangue. Testemunhas revelaram que ouviram gritos e, ao olharem pela varanda, avistaram Cláudio Moreira dos Santos ferido. O aposentado foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.


Na delegacia, Breno confessou que saiu da casa em que mora com a mãe, na 506 Norte, com um canivete e a intenção de esfaquear o pai. Depois de bater à porta, foi recebido por Cláudio que, à princípio, não desconfiou de nada. Em depoimento, ele contou que andou pela casa, foi  até o quarto e, depois, se dirigiu para a varanda, onde estava a vítima. Lá, ele desferiu vários golpes no abdômen do pai.

Fala desconexa

Depois de matar o pai, Breno jogou o canivete na área verde do prédio, pulou e se sentou no meio-fio, onde aguardou a chegada da polícia. Ao ser questionado por testemunhas sobre o motivo de estar fazendo aquilo, Breno acusou o pai de ser um estuprador de crianças e afirmou que era uma das vítimas. Para a polícia, o acusado ainda contou que havia sido violentado pela vítima por mais de uma vez e que esse teria sido o motivo para a revolta.

Testemunhas também relataram que Breno apresentava fala desconexa, aparentando confusão mental. Apesar da informação de que o acusado sofreria transtorno mental, a juíza considerou a ausência de um laudo médico para negar a transferência para a ala psiquiátrica, onde, segundo o despacho, "não é aconselhável a manutenção de presos provisórios sem confirmação oficial de sua inimputabilidade ou semi-imputabilidade ou mesmo desestabilização mental, sob pena de colocar em risco a sua própria integridade física e a dos pacientes que ali realmente precisam permanecer."

 

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