Comércio

Brasilienses vão às papelarias para as últimas compras antes das aulas

Papelarias registram movimento intenso de pais em busca dos materiais escolares. Preços, em média, tiveram aumento de 10% a 11%. Ensino presencial na rede pública retorna na segunda-feira (14/2)

Faltando poucos dias para o ano letivo começar oficialmente no Distrito Federal, com o início das aulas para os estudantes da rede pública de ensino da capital, na próxima segunda-feira (14/2), a procura por material escolar se intensifica em papelarias e livrarias. Como de costume, muitos brasilienses deixam para fazer as compras na última hora e, além de estabelecimentos cheios, podem encontrar preços acima do esperado.

Anualmente, uma alta é prevista nos preços de artigos de papelaria. No entanto, em 2022, o aumento foi de 10% a 11%, em relação a 2021, que, de acordo com o Sindicato de Papelarias e Livrarias do Distrito Federal (Sindipel), é o repasse do índice inflacionário do período. O aumento acontece entre agosto e setembro do ano anterior, com o lançamento das coleções de volta às aulas.

Este ano, os materiais que sofreram um maior aumento foram os importados, devido à alta cotação do dólar. Em contrapartida, os produtos que sobraram no estoque desde 2020 — início da pandemia — estão com preços atrativos. Como as papelarias querem zerar esses estoques, os consumidores podem aproveitar para economizar adquirindo esses itens em vez de desembolsar mais com as coleções atuais.

Apertou no bolso

A analista Suzana Marques da Silva, 37 anos, se prepara para o retorno das duas filhas à escola. A mais nova, Sofia Marques, 10, volta a estudar presencialmente na segunda-feira. Suzana conta que sentiu o aumento no preço dos materiais pesar no bolso. "Antes da pandemia, exigiam muitas coisas, agora, estão pedindo o essencial, mas estou gastando o mesmo valor. Comprando menos e gastando mais", pondera.

Por outro lado, ela consegue economizar, já que a filha mais velha, Any Beatriz Marques de Souza, 18, está entrando para a faculdade e não demanda tantos materiais. "Agora, os gastos com papelaria diminuíram. Material escolar, eles não pedem. Eu faço uma encadernação artesanal em casa, então, é só caneta mesmo", conta. A adolescente comemora a nova fase. "A gente já sente a diferença agora, comprando as coisas para começar o ano. É muito mais responsabilidade", diz Any.

As duas estavam acompanhadas pela avó, apaixonada por itens de papelaria, e que escolheu comemorar o aniversário em uma. Professora aposentada, Thereza Cristina Corrêa Marques, 56, confirma que observa o aumento de preços dos itens escolares ano a ano. "Está caro, mas, por causa da qualidade, vale a pena pagar um pouco mais do que comprar um barato, inferior e que vai ter prejuízo lá na frente", explica Thereza, que ajuda na lista escolar de duas netas.

Pesquisar é a saída

O melhor jeito de economizar é antecipar as compras. O indicado é que os pais façam, pelo menos, dois orçamentos comparando preços e qualidade dos produtos. Assim, fez Paula Regina Silva Alves, 32, pesquisando preços antes de comprar os materiais da filha Júlia Caetano Silva, 5. "Com certeza, este ano, está mais caro do que no ano passado. Estamos fazendo orçamento em diversas papelarias. Mas estou sentindo a diferença, e está pesando mais no bolso", afirma.

As aulas de Júlia retornam na segunda-feira, e a menina está empolgada para, finalmente, poder começar a alfabetização. "Ela acabou perdendo o principal e sente muita falta. A escola é importante não só pelo aprendizado, mas pelo contato com outras crianças", avalia a mãe, otimista por um ano melhor. "Estamos na expectativa, e espero que não pare novamente."

Estudantes da rede pública retornarão com aulas 100% presenciais e com o turno normal de cinco horas nas turmas regulares. Os únicos que terão direito ao ensino remoto serão os alunos imunossuprimidos, com algum tipo de comorbidade declarada por laudo médico. A presença é obrigatória, e a Secretaria de Educação decidiu por não cobrar o passaporte da vacina.

Os estabelecimentos do setor observa melhora nas vendas. Depois de dois anos com muitos desafios, a papelaria Casa do Colegial tem um motivo para celebrar. "Novembro foi mais ou menos, estávamos com medo. Mas, em dezembro, melhorou, e janeiro superlotou. Geralmente, o melhor mês é janeiro, porque as pessoas deixam para última hora. Tivemos até fila para fora da loja", conta a gerente Socorro Mamede, revelando que as vendas superaram em cerca de 50% as de 2021.

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