O corregedor-geral do Departamento de Controle e Correição, do Comando-Geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Alessandro Marco Alencar Alves, foi exonerado do cargo. A decisão está publicada na edição desta sexta-feira (4/2) do Diário Oficial do DF (DODF) e é assinada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB).
O coronel Marco e o ex-corregedor Marcus Paulo Kobolt eram os responsáveis por investigar ao menos três inquéritos envolvendo o major Fábio Borges, afastado das atividades por ligar para o 190 e pedir uma viatura em casa, no Park Way.
A história foi revelada com exclusividade pelo Correio em 29 de dezembro, após a reportagem ter acesso à denúncia. O caso ocorreu em 22 de dezembro, enquanto o major Fábio Borges promovia uma festa na residência. Com base no documento, por volta das 22h, ele ligou para o 190 e ordenou que a equipe da viatura levasse um dos funcionários em Ceilândia.
Sabendo da ilegalidade, os PM's o questionaram e se negaram a acatar a ordem, até que o major Fábio, "em tom autoritário", segundo a denúncia, disse que a ordem teria partido do próprio subcomandante-geral da PM.
O comandante da equipe, no entanto, afirmou ao major que, antes de qualquer atitude, ligaria para o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) para verificar a ordem. Em resposta, o major teria dito: “Pode falar com quem quiser, a ordem é do subcomandante-geral”. O supervisor foi informado de que de fato o subcomandante Hércules havia ligado para o chefe do Copom e pedido para que o funcionário do major fosse deixado em casa. A situação gerou desconforto na corporação e resultou na homologação da ocorrência. O caso, agora, segue em apuração pela PMDF.
Exoneração
Sem nenhum processo disciplinar ou sindicância, Marco não foi nomeado para assumir outra função. No lugar dele, fica o coronel Valtênio Antônio de Oliveira, que estava como corregedor-adjunto. A decisão contempla, ainda, a exoneração do tenente-coronel Jorge Henrique da Silva, então chefe da Divisão de Assuntos Técnicos, da Corregedoria da PMDF.
Paulo Kobolt, ex-corregedor adjunto, foi exonerado em 19 de janeiro. O Correio apurou que um dos inquéritos investigados pela Corregedoria da PMDF sobre Fábio Borges é relacionado a uma ameaça cometida por ele contra Kobolt. Trabalhando diretamente no subcomando-geral da corporação, o major respondia a, pelo menos, dois processos na Justiça, motivo este que fez um promotor do MPDFT questionar o cargo do militar.
Após isso, o coronel Marcus solicitou a um policial todos os documentos e processos envolvendo o major Fábio. O policial encarregado dessa função, no entanto, teria ligado para Fábio dizendo que o corregedor queria “investigá-lo”. Revoltado, o major telefonou ao irmão de Kobolt e disse que iria pedir a exoneração do coronel. O fato foi registrado na Corregedoria da corporação e um inquérito foi instaurado para apurar a situação de ameaça.
Procurado, coronel Marco preferiu não se pronunciar sobre o caso.