Acidente

Avião que caiu no Jardim Botânico teve problema de pane elétrica em junho no ano passado

Aeronave saiu de Orlândia (SP) com destino a Porto Belo (SC), mas precisou pousar em Navegantes (SC)

O avião de pequeno porte que caiu na Fazenda Piquet, na última segunda-feira (31/1), na subida da Ponte JK, no Jardim Botânico, apresentou um problema de pane elétrica há sete meses enquanto sobrevoava com destino a Santa Catarina. O incidente foi investigado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

Segundo as informações disponíveis no painel Sipaer, da Força Aérea Brasileira (FAB), que monitora acidentes aéreos, o avião que saiu de Orlândia, em São Paulo, em 3 de junho de 2021, por volta das 7h40, e seguia com destino à Porto Belo, em Santa Catarina. No entanto, às 12h39 o piloto informou que a aeronave apresentava uma pane elétrica e mecânica, oscilando na pressão da bomba de combustível.

Cerca de 10 minutos depois o avião conseguiu pousar com sucesso em Navegantes, próximo ao destino final. Quatro pessoas estavam a bordo, sendo dois tripulantes e dois passageiros, e ninguém se feriu. Após investigações, o Cenipa liberou o avião.

Acidente no DF

Na última segunda-feira (31/1), o avião se preparava para pousar no Aeródromo Piquet, no Jardim Botânico, quando recebeu uma rajada de vento lateral em baixa altitude, o que fez com que a aeronave caísse. Entre os tripulantes, estavam três homens, uma mulher e um bebê de apenas 2 meses. A mãe e a criança, por precaução, foram encaminhados a uma unidade de saúde, sem ferimentos graves.

O avião saiu de Luís Eduardo Magalhães (BA), com destino a Brasília. Entre os passageiros, estavam a bordo o dono da aeronave, Renato Joner, 64 anos, a filha, a advogada de Brasília Renata Andrea Joner, 36, o marido dela, Thiago Moreira Parry, servidor público da Defensoria Pública da União (DPU), e a bebê do casal, de 2 meses.

O monomotor, de matrícula PP-INQ, estava regular e foi comprado em 31 de março de 2017. O Certificado de Aeronavegabilidade — documento obrigatório emitido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que atesta se a aeronave está em condições de operar com segurança — foi emitida em 17 de outubro de 2020, e o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) iria vencer em setembro deste ano.

A aeronave estava em situação técnica regular e tinha permissão para realizar serviços aéreos privados, segundo a Anac. O modelo tem capacidade para transportar cinco passageiros, incluindo a tribulação.

A apuração do acidente ficará à cargo da equipe do Sexto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa VI), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Primeiro, os investigadores vão identificar indícios, fotografar cenas, retirar partes da aeronave para análise, ouvir relatos de testemunhas e reunir documentos. Em nota, a FAB explicou que "não existe um tempo previsto para essa atividade ocorrer".

De acordo com a instituição, o objetivo da apuração é prevenir que novos acidentes com características semelhantes aconteçam. "A conclusão das investigações terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade de cada ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os fatores contribuintes", finalizou em nota.