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Força-tarefa reprime folia

Operação para coibir eventos clandestinos de carnaval fiscalizou 150 estabelecimentos e fechou 17 locais. Para aproveitar o feriado, brasilienses encontram alternativas de diversão sem desrespeitar as normas sanitárias impostas pela pandemia

Arthur de Souza Edis Henrique Peres Rafaela Martins
postado em 27/02/2022 00:01
 (crédito:  Ed Alves/CB/D.A Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

Mesmo com a proibição decretada pelo Governo do Distrito Federal (GDF), brasilienses tentaram promover festas clandestinas na madrugada de sexta-feira e durante o dia de ontem. De acordo com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), em menos de 24 horas, os órgãos fiscalizadores inspecionaram mais de 150 estabelecimentos e fecharam 17.

Agentes da Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística do Distrito Federal (DF Legal) atuaram em diversos pontos da capital do país. De acordo com informações da pasta, foram interditados dois eventos no Conic e um na região de Santa Maria, além da remoção de uma estrutura na Asa Norte. As duas festas no Setor de Diversões Sul ocorriam simultaneamente, na madrugada de sexta-feira, em área pública e sem autorização. O DF Legal informou que o público foi dispersado e não houve aplicação de multa, pois não foi caracterizado como evento carnavalesco.

Em Santa Maria, a história foi diferente. Um estabelecimento foi autuado pela segunda vez, por descumprimento de protocolos. Dessa forma, o local recebeu a multa com valor dobrado, de R$ 8 mil, por funcionar como danceteria. Ontem, a secretaria retirou e apreendeu uma estrutura no Setor de Clube da Asa Norte que, segundo o órgão, não tinha autorização para ser instalada. Após denúncias, a DF Legal constatou a existência da estrutura na quinta-feira.

Para a equipe, organizadores afirmaram que o evento seria uma festa de aniversário, sem cobrança de ingresso e dentro das instalações do clube. Contudo, os agentes confirmaram que a estrutura estaria em área pública, sem autorização da Administração do Plano Piloto e alvará. A pasta interditou o evento imediatamente e orientou que as estruturas fossem desmontadas.

Integram a força-tarefa policiais civis, militares, bombeiros, agentes do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), da Secretaria de Estado de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal), da Vigilância Sanitária, do Procon, do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e da Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob). Em caso de descumprimento, o cidadão ou o estabelecimento estão sujeitos a multa de R$ 4 mil e interdição por exercer atividade suspensa e descumprir protocolos sanitários.

Dia de Sol

Sem a folia tradicional, os brasilienses encontraram maneiras alternativas de aproveitar o feriadão. Com a filha, Lívia, 6 anos, Patrícia Castagnedi, 40, curtiu a tarde no Pontão do Lago Sul. "O jeito é dar uma ou duas voltas nos lugares mais abertos, sem risco de aglomeração. Antes de vir para cá, estávamos no Parque da Cidade", conta a gerente de recursos humanos. Apesar de não participar dos bloquinhos, Patrícia confessa: "faz falta a alegria que tem o carnaval. Sem ele, tudo fica parado, meio triste".

Eduardo Araújo, 45, foi ao Lago Paranoá com a filha, Cecília, 12 anos. "Viemos tomar sorvete, mas, nos outros dias, vamos ficar mais em casa. Por conta da pandemia, os lugares para ir estão reduzidos", diz o morador da Asa Norte.

O movimento foi tranquilo nos pontos em que a reportagem visitou na tarde de ontem. O diferencial foi o tempo ameno que surpreendeu os moradores da capital. As amigas Sabrina Silva, 22, Louise Lelis, 17, e Sarah Silva, 21, foram à Torre de TV. "Hoje, o clima está muito bom, e aproveitamos para fazer um piquenique. Brasília, que sempre tem um tempo instável, surpreendeu", avalia Sabrina.

Sem baratinha

Para os pais que visitaram o Parque Ana Lídia, ficou a saudade do bloco Baratinha, que movimentava os dias de carnaval com brincadeiras e diversão para as crianças. Gyslhyne Marques, 35, dentista e moradora de Vicente Pires, conta que o filho mais velho, Carlos, 11, chegou a frequentar o bloquinho antes da crise sanitária. "Já vim com ele umas três vezes. A minha filha mais nova, Mariana, 3 anos, nunca conheceu. Faz muita falta, porque a molecada gostava muito. Eu também cheguei a participar de blocos de carnaval, como o Galinho de Brasília", lembra.

Não somente para os foliões, mas, para os comerciantes, a ausência dos blocos faz falta. Nos bares do Sudoeste, o primeiro dia de feriado teve um movimento abaixo da expectativa. Gerente do restaurante e choperia Fausto & Manoel, Afrânio Cordeiro conta que parte dos foliões passavam próximo ao comércio. "Isso gerava muito movimento. Hoje, é meio difícil prever como vai ser (o fluxo de pessoas). Nesse horário (18h) já era para ter um movimento mais intenso. Apesar disso, a expectativa é que mais tarde e nos próximos dias, melhore", finaliza.

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  • Gyslhyne levou os filhos Carlos e Marina ao Parque Ana Lídia
    Gyslhyne levou os filhos Carlos e Marina ao Parque Ana Lídia Foto: Ed Alves/CB/D.A Press
  •  26/02/2022. Crédito: Ed Alves/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Cidades. Movimentação no Pontão do Lago, Torre de TV, Parque da Cidade e Bares no Sudoeste, nesse sabado de Carnaval. Na foto Louise Lelis (cabelo Loiro), Sabrina Silva (Cabelo Vermelho) e Sarah Evelyn Silva (cabelo Preto.
    26/02/2022. Crédito: Ed Alves/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Cidades. Movimentação no Pontão do Lago, Torre de TV, Parque da Cidade e Bares no Sudoeste, nesse sabado de Carnaval. Na foto Louise Lelis (cabelo Loiro), Sabrina Silva (Cabelo Vermelho) e Sarah Evelyn Silva (cabelo Preto. Foto: Ed Alves/CB
  • Patrícia resolveu passear com a filha, Lívia, no Pontão do Lago Sul
    Patrícia resolveu passear com a filha, Lívia, no Pontão do Lago Sul Foto: Ed Alves/CB/D.A Press

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