O jornalismo brasileiro perdeu uma das principais referências nesta sexta-feira (25/2). Fotógrafo, Francisco de Assis Sampaio, mais conhecido como Dida Sampaio, 52 anos, contava histórias por meio das lentes e dos cliques de uma câmera digital, nos últimos anos. Os registros do profissional rodaram o mundo e ganharam prêmios importantes da América Latina. O comunicólogo sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) no último dia 10 e teve morte cerebral decretada pelos médicos.
O que resta agora é o registro doloroso dos amigos e familiares. “Estou tentando absorver a notícia ainda. Dida Sampaio foi excepcional, uma pessoa e jornalista ímpar, e um fotógrafo que não tem outro igual. Fizemos diversas coberturas internacionais e nacionais juntos, e ele me ajudava sempre. Costumo dizer que o Dida era o melhor e o pior concorrente, porque ele tirava o melhor de mim”, disse o fotógrafo e amigo Alan Marques. Casado, ele deixa a esposa Ana e três filhos.
Nascido em 1969, no Ceará, Dida mudou-se ainda jovem para Brasília, onde, além de prestar serviços ao Correio Braziliense, também foi correspondente local de outros jornais e portais fora da capital federal. Com uma foto da ex-presidente Dilma Rousseff pedalando em uma via de Brasília, com um lava-jato ao fundo (em referência à extinta operação da Polícia Federal), Dida ganhou o Prêmio Exxonmobil de Fotografia em 2015.
No mesmo ano, recebeu o Prêmio Esso de Jornalismo, na categoria Regional Sudeste, o Vladimir Herzog e o Direitos Humanos de Jornalismo, Esso de Fotografia. O jornalista terminou a carreira atuando no jornal O Estado de S. Paulo. O ex-colega de profissão Zé Paulo, amigo de longa data de Dida Sampaio, relatou ao Correio que a inteligência mental do fotógrafo era um diferencial.
“Quando fomos colegas de trabalho, eu já estava na mesma empresa e ajudei ele no seu começo. Ele entendeu muito facilmente a filosofia de onde estava trabalhando. Sempre foi um cara perseverante, e soube como conquistar o seu espaço. O Dida deixou sua marca no fotojornalismo contemporâneo em Brasília: além de cobrir grandes fatos, dava para perceber quando a foto era dele. Ele podia passar uma, duas horas esperando o momento oportuno para tirar a foto perfeita”, recorda.
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