A flexibilização do uso de máscaras ao ar livre e das demais medidas restritivas e de prevenção à contaminação pelo coronavírus está em estudo pelo governo do Distrito Federal e poderá ocorrer logo após o carnaval, como avalia o governador Ibaneis Rocha. Mas a iniciativa dependerá da variação do índice de contaminação pelo coronavírus após o período de festas e está alinhada ao debate que ocorre no âmbito do Fórum Nacional de Governadores, que tem a participação dos chefes do Executivo dos 26 Estados e do Distrito Federal.
Segundo a Secretaria de Saúde (SES-DF), Ibaneis decidirá depois de avaliar criteriosamente os números registrados no período de 15 dias após o carnaval. Com base nesses dados, poderá permitir a dispensa do uso de máscaras ao ar livre no Distrito Federal. A permissão, que havia sido concedida em novembro do ano passado, foi revogada em janeiro, quando a capital federal apresentava números elevados de contaminação.
Ao ser questionada na coletiva de imprensa, ontem, a cúpula da SES-DF informou que, para decisões do tipo, principalmente na sinalização da desobrigação em um momento pós-carnaval, Ibaneis avaliará o caso com critério. "Naturalmente, o governador se baseia em vários dados, não só de saúde, como índices de lotação e testes de RT-PCR, mas também em outras áreas, como econômica e social", explicou o secretário Manoel Pafiadache.
O diretor de Vigilância Epidemiológica da pasta, Fabiano dos Anjos, não descartou a possibilidade de que o momento pós-carnaval traga crescimento da taxa de transmissão. Ao analisar os números da pandemia no DF, que agora apresentam uma queda acentuada de casos, o diretor relembrou a previsão de janeiro, que apontava um aumento gradual dos casos, o que acabou se concretizando.
"O DF esperava um aumento de casos nos primeiros 45 dias lá em janeiro e, em meados de fevereiro, esperávamos uma diminuição. Tem se observado esse comportamento epidemiológico, com recuo na transmissão da covid-19, porém, deve-se ressaltar que o carnaval pode trazer significante aumento de casos", afirmou.
Para tentar evitar as aglomerações de pessoas neste feriado, a secretaria programou uma força-tarefa com participação de policiais civis, militares, bombeiros, agentes do Departamento de Trânsito (Detran-DF), do DF Legal, da Vigilância Sanitária, do Procon-DF, do Instituto Brasília Ambiental e da Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob), além de agentes do DF Legal.
Vacinação
Ainda na coletiva, a cúpula de saúde do DF detalhou que, a partir de hoje, os postos de vacinação, divulgados no site da secretaria na internet, aplicarão a terceira dose ou dose de reforço para maiores de 18 anos. A medida havia sido interrompida com a falta de vacina da Pfizer na rede de frios e, com a chegada de 40.950 doses, a aplicação será retomada.
Na população acima de 5 anos, 88,82% iniciaram o esquema de vacinação, seja com a dose única ou com as duas doses, e 32% chegaram a receber a dose de reforço. "Temos, ainda, 190 mil pessoas acima de 5 anos que não tem registro de início da vacina", ressaltou o diretor de Vigilância Epidemiológica.
O secretário da pasta alertou que há 600 mil pessoas com a terceira dose ou dose de reforço atrasada. "Em torno de 86% dos nossos pacientes hospitalizados não se vacinaram ou estão com o ciclo vacinal incompleto. Há a necessidade de que as pessoas se conscientizem para que seja fechado o ciclo vacinal", pontuou Pafiadache.
A taxa de transmissão do coronavírus, atingiu hoje o índice de 0,8, significando que cem pessoas contaminadas transmitem o vírus para outras 80. Quando o índice está abaixo de 1, indica que a pandemia está sob controle.
Segundo os representantes da secretaria de Saúde, há 400 mil testes da covid-19 reservados no DF caso haja necessidade de reabastecimento das UBSs, UPAS e farmácias.
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