Registro Civil

Cartórios registram janeiro mais mortal com aumento de 11% das mortes

Em relação às mortes por pneumonia, houve um crescimento de 77% entre 2021 e 2020. Mortes por covid-19 reduziram 56% em comparação com o mesmo período

Correio Braziliense
postado em 22/02/2022 12:38 / atualizado em 22/02/2022 12:38
Janeiro teve 1.658 mortes -  (crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)
Janeiro teve 1.658 mortes - (crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)

O Distrito Federal viveu em janeiro o mês mais mortal desde a série histórica iniciada em 2003. De acordo com os dados do Portal da Transparência do Registro Civil, o número de mortes cresceu em 11% em relação ao mesmo período do ano passado. Em números absolutos, janeiro de 2022 teve 1.658 mortes, enquanto 2021 registrou 1.485 vidas perdidas.

As mortes de 2020 também já haviam aumentado em janeiro, antes do começo da pandemia, em 18,1%, com 1.485 óbitos. Em relação a mortes por pneumonia, de acordo com o levantamento da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-BR), o aumento foi de 77% — os óbitos deixaram a marca de 171, em janeiro do ano passado, e alcançaram 304 este ano. Em 2020, antes da pandemia, a notificação era de 249 mortes pela doença.

O levantamento também aponta que o número de óbitos registrados nos Cartórios do DF está relacionado ao crescimento de mortes por doenças do coração em janeiro deste ano, na comparação com o primeiro mês do ano passado. Confira:

  • Acidente vascular cerebral (AVC), aumento de 72%;
  • Septicemia, aumento de 44%;
  • Insuficiência respiratória, aumento de 29%;
  • Síndrome respiratória aguda grave (SRAG), aumento de 25%;
  • Doenças cardiovasculares (15%); e
  • Infarto (10%).

Contudo, as mortes por covid-19 diminuíram 56% se comparado ao mesmo período. Presidente da Arpen-BR, Gustavo Renato Fiscarelli pontua que “os números dos Cartórios de Registro Civil mostram mais uma vez, em tempo quase que real, o retrato fidedigno do que acontece com a população brasileira”. “Embora haja uma diminuição clara nos óbitos por covid-19, ainda não se conhece todos os efeitos das novas variantes, em especial da ômicron, que, diante do aumento de casos no último mês, parece ser a causa do crescimento de óbitos de outras doenças, como a pneumonia, doenças do coração e septicemia”, avalia.

Mais mortes violentas

O número das mortes naturais, aquelas causadas por doenças, também subiu: 10,8%. Já as mortes por causas violentas, em razão de homicídios, acidentes de veículos, suicídios e outros, aumentaram 36%. O número de óbitos registrados ainda pode aumentar, assim como a variação da média anual e do período, pois os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência.

Como funciona

De acordo com a Arpen, a rede de dados é abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos notificados nos 7.658 Cartórios de Registro Civil do País, localizados em 5.570 municípios brasileiros e cruzados com as informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que utilizam como base os dados dos próprios cartórios brasileiros.

A Associação foi fundada em setembro de 1993 e representa a classe dos oficiais de registro civil de todo o Brasil, que atendem a população em todos os estados brasileiros, realizando os principais atos da vida civil de uma pessoa: o registro de nascimento, o casamento e a morte.

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