Avaliação

Primeira etapa do PAS tem 6,18% de abstenção

Apesar de ser a primeira prova dos candidatos, a maioria já sabe o que pretende cursar na instituição de ensino superior. Cerca de 17 mil estudantes se inscreveram no programa

Ana Luisa Araujo
postado em 21/02/2022 00:01
Felipe Melo está decidindo se vai cursar direito ou economia -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Felipe Melo está decidindo se vai cursar direito ou economia - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

As provas do Programa de Avaliação Seriada (PAS) da etapa 1 do triênio (2021-2023) ocorreram ontem (20). Os alunos, que estão conhecendo o modelo de ingresso agora, precisam se esforçar durante cinco horas para colher frutos daqui a mais ou menos dois anos e meio. A avaliação, organizada pelo Centro Brasileiro de Pesquisa e Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), é a que tem menos concorrência, porque os alunos só disputam com estudantes do ensino médio. De acordo com a UnB, havia 17.347 inscritos. O índice de abstenção foi de 6,18%.

Jordana Santana, 16 anos, já sabe o que quer fazer na Universidade de Brasília (UnB). A jovem veio de Cristalina (GO) porque seu objetivo é cursar medicina, e ela tem se preparado para isso. Desde que a data da prova do PAS foi divulgada, a estudante passava todo o período das tardes se dedicando diariamente.

"A pandemia fez a gente procrastinar muito, mas no meu colégio não fomos muito afetados porque já iniciamos o ensino médio de forma presencial, então isso me ajudou bastante. Muitos adolescentes não tiveram a mesma oportunidade", contou. A adolescente estava nervosa, mesmo assim disse que se sentia preparada. "É muita gente, então assusta um pouco, mas estou confiante", afirmou.

Morador de Águas Lindas, Felipe Melo, 15 anos, estuda no Sagrado Coração de Maria, na Asa Norte, e por isso precisa enfrentar quase 100 km por dia, contando ida e volta, apenas para estudar. Isso não o desmotiva. O jovem diz que tem facilidade em todas as matérias e estava ansioso e empolgado para fazer a prova.

Assim que entrou de férias, começou a estudar. Felipe não faz nenhum cursinho, o seu grande auxílio é a plataforma YouTube, na qual encontra vídeos e estuda por meio do canal chamado Guia do PAS. "Eles fazem lives todos os dias", contou. O candidato disse que até agora tem dois planejamentos. Ele pretende cursar direito ou economia. Por ter facilidade com muitas matérias, essa escolha é mais difícil para ele.

Curso almejado

Assim como Jordana, Gabriel Braz, 16 anos, sonha com a medicina, o curso mais concorrido. Em sua família, ele conta que diversos parentes são médicos. No entanto, quando pequeno queria ser engenheiro civil como seu pai. Há cinco meses , ele se concentra nos exercícios.

"A realização do primeiro ano foi muito difícil para mim", lembra o estudante do Colégio Podium. "Comecei atrasado e isso me atrapalhou, porque eu tinha parado de estudar e para pegar o ritmo de novo foi difícil", disse. O candidato ainda frisa que as aulas on-line não o ajudaram. Gabriel estava confiante para a prova e sentia que ia se dar bem em história, porque tem muita facilidade na disciplina.

Antes, Laura Maria Bezerra, 16 anos, também queria medicina, mas, mudou de ideia quando percebeu que seu objetivo era trabalhar conversando e interagindo. A estudante do Leonardo da Vinci diz ter se dedicado mais na véspera da prova, e, também, por meio de apostilas do PAS, disponibilizadas pelo colégio.

"Nas duas primeiras semanas que comecei a estudar, gastava cinco a seis horas por dia, mas eu parei depois", afirma a moradora da Asa Norte. Mesmo sem se dedicar tanto, a adolescente se sentia preparada.

Eduarda Foscarin, 16 anos, é outro inscrito que busca uma vaga no curso de medicina. A estudante do Colégio Podium tem facilidade e gosta das disciplinas de história e química. "Eu tiro muita dúvida com professores. Faço provas antigas e bastantes simulados, além de analisar as obras de literatura", diz.

A jovem se sentia confiante para a prova, principalmente na parte de literatura. Segundo ela, o PAS é o melhor método para entrar na UnB pelo volume da concorrência que, quando comparado a outros vestibulares, é menor. "No fim de semana, eu não estudava muito, mas de segunda a sexta, além das 10 aulas que tinha no colégio, estudava cinco horas em casa", finaliza

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