EDUCAÇÃO

Volta às aulas de crianças na rede pública é marcada por falta de monitores

Pais reclamam da falta de profissionais especializados para acompanhar crianças com necessidades especiais nas escolas da rede pública

EDUARDA ZAIDAN*
postado em 18/02/2022 18:51 / atualizado em 18/02/2022 20:02
 (crédito: Minervino Júnior/CB)
(crédito: Minervino Júnior/CB)

Desde a volta às aulas da rede pública, na segunda-feira (14/2), os pais de alunos com necessidades especiais se surpreenderam ao chegar nas escolas e se deparar com a falta de monitores especializados para atender as necessidades e supervisionar as crianças durante a carga horária escolar. As famílias estão preocupadas com a situação e pedem que providências sejam tomadas, além de monitores em números suficientes para atender todos os alunos. 

Segundo Lucas Reis, pai de uma aluna, de 8 anos, com autismo, "é humanamente impossível apenas um professor atender todos os alunos e dar o suporte essencial para um aluno que tenha necessidades especiais. Estou deixando de levar minha filha para a escola por falta de suporte”, afirma.

Após as denúncias de pais, nesta quinta-feira (17/2), a Defensoria Pública enviou um ofício para a Secretaria de Educação solicitando um parecer sobre a situação atual, com o número de alunos e a oferta de auxiliares.

Mãe de uma aluna com síndrome de down, Letícia Moreira, de 27 anos, também pede que o trabalho seja prestado por monitores especializados ao invés de educadores sociais voluntários, como é oferecido pelo governo. “Os educadores sociais não são especializados, sendo assim, qualquer um pode se inscrever”, explica. Entretanto, a Secretaria de Educação contrariou as queixas dos órgãos de Justiça e abriu vagas para educadores voluntários.

Em nota, a Secretaria de Educação do Distrito Federal afirmou que, nesta sexta-feira (18/2), elaborou o banco de reserva para Educadores Sociais Voluntários (ESV). O banco de reserva abre espaço para ampliar o quantitativo de ESVs disponíveis nas escolas, fixado anteriormente em 2.667, em todas as 14 regionais de ensino do DF. A pasta explica que a atuação dos ESVs dentro das escolas regulares deverá acontecer exclusivamente para auxiliar em atividades cotidianas, como alimentação, locomoção e higienização dos estudantes com deficiência ou com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

*Estagiária sob a supervisão de Adson Boaventura

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