De dentro da cadeia, presidiários da Penitenciária de Jacuí (PEJ), em Charqueadas (RS), se passavam por homens ricos e mais velhos para praticar extorsão sexual. Ontem, policiais civis da 23ª Delegacia de Polícia (P-Sul), em conjunto com policiais do Rio Grande do Sul, desencadearam a operação Nudes e cumpriram 13 mandados de busca e apreensão.
Infiltrados em redes sociais e aplicativos de namoro, os criminosos criavam um perfis fakes, com fotos e descrições de homens mais velhos e ricos. Na internet, procuravam por mulheres que demonstravam interesse e, após troca de conversas, pediam fotos ou vídeos íntimos.
Segundo o delegado da 23ª DP Thiago Boeing, após um tempo, os mesmos criminosos entravam em contato com os homens se passando por policiais civis do estado. "Os autores diziam que aquela moça que eles estavam conversando se tratava de uma menor de idade e que iriam indiciá-los por pedofilia. Depois, vinham com a proposta de que, caso eles quisessem que a investigação fosse 'extinta', seria necessário depositar determinado valor", detalhou.
Esquema
O esquema criminoso contava, ainda, com a participação de familiares dos detentos, pois era na conta deles que os depósitos eram feitos. Uma das vítimas chegou a transferir cerca de R$ 120 mil.
A conexão com o Distrito Federal surgiu quando a polícia descobriu que um vigilante de Ceilândia depositou R$ 4 mil, em duas ocasiões diferentes, na conta dos criminosos, coagido sob a falsa acusação de estar praticando pedofilia.
Conversas obtidas com exclusividade pelo Correio mostram como os criminosos conseguiam o dinheiro das vítimas. Nas mensagens, um dele diz: "O senhor não tem noção da gravidade que se envolveu. O senhor está disposto a resolver isso dentro dos trâmites legais da lei e no Judiciário?". Dez dos 13 mandados expedidos pela Justiça foram cumpridos apenas na unidade prisional do Rio Grande do Sul.
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