Cárcere privado na Estrutural

Mulher de 38 anos foi resgatada do cárcere privado e o homem responderá acusações de estupro e violência doméstica, no âmbito da Lei Maria da Penha

Correio Braziliense
postado em 16/02/2022 00:01

Uma mulher de 38 anos foi resgatada após ficar em cárcere privado por quatro dias, na Vila Estrutural, e ser agredida pelo ex-companheiro, de 37. Em depoimento prestado à polícia, o agressor contou que mantinha a vítima em uma distribuidora de bebidas, onde ela era ameaçada e agredida. O caso é investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) como estupro, lesão corporal e violência doméstica, no âmbito da Lei Maria da Penha.

Segundo as investigações, a mulher conheceu o agressor em 2010, em Minas Gerais. No mesmo ano, engravidou do acusado e veio com ele morar no DF. Em seguida, o agressor foi preso e permaneceu na cadeia por seis anos, até 2016. Quando deixou a prisão e quis se aproximar, a mulher estava em outro relacionamento e, dias depois, o homem foi preso novamente.

Ele foi liberado pela Justiça em setembro do ano passado. Dessa vez, os dois voltaram a ter um relacionamento.

Dinâmica

Segundo o relato da vítima à polícia, o cárcere privado não foi o primeiro episódio de violência sofrido.  Sob o efeito de drogas, o ex-companheiro já havia danificado o carro da mulher. Em outras ocasiões, apresentou comportamentos agressivos e proferia xingamentos, o que levou a vítima a deixar de responder mensagens e recusar convites feitos por ele.

Em uma das vezes em que o casal se encontrou, a mulher relata que o homem fez uso de crack. Quando ele saiu do quarto, ela trancou a porta e ligou para a polícia. Na ocasião, pediu medida protetiva contra o homem. No dia seguinte, o agressor foi ao trabalho da vítima e disse que não sairia do local sem ela. Com medo de um possível tumulto, ela o acompanhou até a pequena distribuidora de bebidas do companheiro. No fim do dia, eles foram para a casa da mãe dele, e ela entregou para a sogra o dinheiro arrecadado no comércio para que o homem não conseguisse comprar drogas.

Com raiva, ele a agrediu com socos e tentou enforcá-la. Os familiares do agressor impediram que a violência continuasse. A mulher diz que tentou fugir, mas não conseguiu. Para não ser agredida, a vítima conta que aceitou dormir na distribuidora de bebidas. Nos dias seguintes, o homem a impediu de sair sozinha e a ameaçou de morte, caso fugisse. Para escapar, a mulher mandou mensagem para uma amiga pedindo socorro e enviando a localização de onde estavam.

O agressor foi preso ontem e encaminhado à 8ª Delegacia de Polícia, na Estrutural. (DD)

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