A perplexidade e tristeza são sentimos comuns entre os moradores da rua onde a família Batista Furtado viveu por cerca de 15 anos. Alguns dos vizinhos, preferem o silêncio. Outros, relatam lembranças da conviência com o sargento da Polícia Militar, Nilson Cosme Batista dos Santos, 48 anos, a mulher dele, Lourdes Furtado, e os dois filhos do casal, Isaac, 21, e Lucas Furtado dos Santos, 16. Os quatros foram mortos no início da noite de quinta-feira (10/2), na residência em que moravam. Os quatro tinham marcas de ferimentos à bala e foram carbonizados.
Um dos vizinhos, que preferiu não se identificar, contou que a família era muito discreta. "Ele saía para trabalhar todo dia cedo. Não via muito a esposa e os filhos. Costumavam ficar mais em casa mesmo", contou o morador. "A gente fica assustado com isso. Por mais que eles não fossem de conversa, eram pessoas que a gente via. Uma verdadeira tragédia", destacou o vizinho ainda incrédulo com toda a situação.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga a dinâmica e a possível motivação por trás da morte da família. Segundo os investigadores, o sargento Cosme teria ligado no batalhão da PM e avisado que iria matar todo mundo. Quando os bombeiros chegaram, havia um quarto em chamas. "Nesse momento, os militares (...), infelizmente, encontraram, dentro do imóvel, quatro pessoas. Todas sem vida, sendo que três eram do sexo masculino e uma, do sexo feminino", informou a corporação, em nota.
Também vizinho da família, o açougueiro Gonçalo dos Santos, 77 anos, contou que tomou um susto ao saber que era na casa próxima à dele. "Eu não vi nada, só ouvi os tiros, mas nem sabia que era aqui", recordou. Gonçalo é morador no local há cerca de 15 anos e relembrou que conhecia o policial militar. "Eu vendi o lote para ele, mas não tinha contato com a família", disse o açougueiro.
Gonçalo mora a duas casas de onde a família foi morta. Ao saber da tragédia que havia ocorrido ao lado, o morador contou que ficou muito impressionado com os fatos da noite anterior. "Eu não consegui dormir de noite", ressaltou o idoso.
"Estava muito nervoso"
No boletim de ocorrência diz que Nilson ligou para o Batalhão por volta de 18h, e avisou que iria matar a família. “Estava muito nervoso, dizendo que iria matar todos”, descreve o operador. Por telefone, o policial do rádio conseguiu ouvir os disparos. Imediatamente, uma equipe foi para a casa do sargento.
Apesar das tentativas de chamar por algum familiar ou tentar impedir alguma ação, quando os militares chegaram ao local, a casa já estava em chamas e o crime estava consumado.
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