A concessionária Inframerica, responsável pela administração do Aeroporto de Brasília, deu início à segunda etapa de expansão do terminal aéreo. A nova fase inclui a construção de um complexo com três empreendimentos: um centro de compras, um de logística e um espaço para entretenimento com três parques temáticos. Dois dos projetos estão com parceiros definidos — o Grupo Partage, para o shopping, e a Log CP, para o ponto de distribuição. A empreitada recebeu R$ 700 milhões em investimentos e será entregue entre o fim do ano que vem e junho de 2024.
O complexo deve atender os cerca de 40 mil passageiros que passam diariamente pelo aeroporto, 15 mil funcionários, além do público geral. A proposta estava em andamento havia quatro anos, segundo a diretoria da Inframerica, e a primeira etapa terminou em setembro de 2020, com a inauguração da Praça Pick-Up. Nesse espaço, em frente ao terminal, há lanchonetes e pontos para espera de transportes coletivo e por aplicativo.
Na segunda fase da ampliação, o plano é alcançar, também, quem está fora do aeroporto. A começar pelo shopping, que ficará na via de acesso ao terminal, ao lado de um hotel. O centro de compras inclui espaços para entretenimento — como shows e arvorismo —, cinema a céu aberto, academia integrada à área verde nativa e até parques.
A estrutura de 60 mil metros quadrados terá 130 lojas, 11 restaurantes, 11 redes de fast-food e sete salas de cinema. “Quando a pandemia chegou, isso já estava idealizado, porque fizemos pesquisas qualitativas com os brasilienses sobre o que é um shopping ideal, e o foco (das respostas) foi essa parte do lazer e da experiência. É uma tendência mundial oferecer um espaço de varejo com mais qualidade”, afirma Ian Joels, diretor comercial da Inframerica.
Distribuição e entretenimento
No centro logístico, empresas do ramo terão 66 mil m² de área para alugar, em um terreno de 120 mil m² na zona aeroportuária. Os galpões contarão com estacionamento, vestiário, restaurante, serviço de manutenção e de vigilância 24 horas. O terceiro empreendimento prevê a construção de três parques de diversão de médio porte, com opções temáticas e por faixa etária. Os nomes dos parceiros que assumirão esse negócio estão sob sigilo, mas o contrato com os investidores está fechado.
“Brasília tem características únicas. Uma delas é a localização: o aeroporto fica em uma área afastada. Em alguns terminais (da Inframerica), temos algo parecido, mas nada do porte ou da complexidade desse projeto”, comenta Juan Djedjeian, vice-presidente da concessionária.
Nos planos das próximas etapas de expansão há a construção de um centro de eventos, de um centro cultural e de um hotel. No entanto, a Inframerica ainda procura investidores. Apesar disso, a concessionária firmou parceria com o Instituto de Pesquisa e Promoção a Arte e Cultura do Distrito Federal (Ipac-DF), a fim de disponibilizar cerca de 12 mil obras de coleções privadas e de mais de 600 artistas diferentes no centro cultural.
Mesmo com o fim da concessão do aeroporto à concessionária previsto para 2037, o contrato referente aos empreendimentos inaugurados continuará em vigor até 2067, independentemente de quem assumir a gestão do terminal aéreo. As áreas da chamada zona aeroportuária, onde serão construídos os empreendimentos, estão sob comando da Inframerica durante o período de administração do terminal aéreo, mas as operações dos parceiros no complexo vão permanecer.
Atualmente, o Aeroporto de Brasília tem a segunda maior movimentação do país, atrás apenas do terminal de Guarulhos (SP). A expectativa da Inframerica é de que, após a conclusão das obras, o complexo gere 3,5 mil empregos diretos e indiretos.
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