Entre pedaços de concreto, tijolos e barras de ferro retorcidas, vão surgindo objetos pessoais das 22 famílias que viviam no prédio demolido na quinta-feira (3/2), em Taguatinga Sul. Assim que o maquinário concluiu a derrubada da estrutura, funcionários da empresa contratada pelo proprietário da edificação começaram a garimpar os pertences dos moradors para devolvê-los aos donos. O objetivo é recolher o máximo possível de itens com valor documental e afetivo para as famílias.
O processo de retirada dos escombros terá início na próxima terça-feira (8/2), e deve durar 10 dias. Os antigos inquilinos - que não puderam entrar no prédio para retirar os pertences, devido a instabilidade de construção - poderão entrar em contato (veja em Serviço) após esse prazo para buscar mais informações e retirar os itens pessoais. Na retirada, os moradores deverão assinar um documento de responsabilidade. “Os materiais só serão encaminhados para a Defesa Civil ao final do processo de retirada dos entulhos”, reiterou a assessoria do prédio, através de nota.
O prédio desabou parcialmente em 6 de janeiro. De acordo com a assessoria do proprietário, ainda não há definição sobre o destino do terreno. “Todo o descarte de resíduos sólidos será feito considerando as normas vigentes, com direcionamento da Defesa Civil. A coleta do entulho começará na próxima terça-feira (8/2), e será direcionada a um aterro credenciado, no Riacho Fundo”, informou.
Dentre os moradores prejudicados pelo desabamento do prédio, nove acordos foram firmados com o proprietário da construção. As demais treze famílias que não aceitaram a proposta de acordo, deverão judicializar as suas demandas. “Reforçamos que o proprietário segue prestando as informações necessárias para a condução das investigações, tomando as medidas cabíveis para minimizar os impactos do ocorrido. Sabemos que nada irá reparar os danos causados, mas temos buscado resolver todas as demandas, dentro do possível”, ressaltou.
Esperança
A manicure Cristiane Nascimento Da Costa, 43 anos, morava no prédio há 8 anos e conta que passar pelo processo de perda dos bens foi doloroso. “Foi muito difícil, porque sou mãe solo. De repente, me ver na situação que estava, sem ter nem roupa pra vestir, foi muito complicado. Hoje, nós estamos vivendo uma nova fase, aguardando a possibilidade de recuperar algo”, diz.
Para a manicure, a possibilidade de ter acesso a algum de seus bens é “uma luz no fim do túnel”. “Não conseguimos retirar nada, então se conseguirmos nem que seja algum documento, já é um passo para recomeçar. Tem coisas que não podemos ter de volta, como fotos de família. Mas pra quem não tem nada, qualquer coisa já é sinônimo de mudança”, explica.
Depois que o prédio desabou, Cristiane ficou alguns dias no hotel. “Hoje, quase um mês depois, já consegui alugar uma casa e estou retomando minha vida normal. Seguimos, com passos curtos vamos conseguindo retomar”, completa.
Serviço
Os moradores que desejam retirar seus pertences devem entrar em contato com a Defesa Civil através do WhatsApp (61) 99238-6214, a partir do dia 18 de fevereiro.
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