O Distrito Federal não deve adotar a exigência de vacinação contra a covid-19 para acesso a bares, restaurantes e eventos culturais da capital do país. Ao menos é o que afirmou ao Correio o governador Ibaneis Rocha (MDB). "Vou aguardar o pedido de audiência, mas não tenho a menor intenção de adotar. De logo, deixo claro que sou contrário a passaporte vacinal", frisou o chefe do Palácio do Buriti.
A fala de Ibaneis diz respeito a um abaixo-assinado que ganhou repercussão nesta terça-feira (1º/2), subscrito por representantes de 100 estabelecimentos do DF e pela Comissão Especial da Vacinação contra a Covid-19 na Câmara Legislativa, presidida pelo deputado distrital Fábio Felix (Psol).
Entre os signatários do Manifesto pelo Passaporte da Vacina estão representantes de bares, restaurantes e movimentos culturais do Distrito Federal. De acordo com o grupo, o objetivo do texto é pressionar o Executivo local a exigir o comprovante de imunização em estabelecimentos comerciais.
Além da medida, o documento pede que o governo distrital discuta as medidas de contenção da pandemia com os segmentos cultural e gastronômico antes de estabelecê-las, para "garantir um mínimo de previsibilidade sobre as medidas adotadas que afetem o setor".
Comum acordo
A decisão de não adotar o passaporte vai ao encontro do que entidades representativas do setor esperam. Nesta terça-feira (1º/2), a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) no DF e o Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares em Brasília (Sindhobar) se manifestaram contrariamente ao abaixo-assinado. As duas organizações destacaram que o tema está em discussão desde o fim de 2021 e informaram que, até o momento, não há indícios por parte do Executivo local de adotar a exigência.
Em nota, a Abrasel e o Sindhobar questionaram os procedimentos necessários para lidar com clientes que se recusarem a apresentar o cartão e afirmaram que a cobrança do documento “não é uma medida efetiva, dá uma falsa segurança de (que) quem tomou a vacina não pode transmitir a doença, além de criar a responsabilidade da fiscalização na entrada dos estabelecimentos”.
“A preocupação com a saúde e a vida das pessoas continua sendo prioridade das entidades, que defendem com veemência a adoção e cumprimento de todos os protocolos de segurança exigidos por lei”, pontuou o texto. “A Abrasel DF e o Sindhobar reafirmam seu compromisso em continuar lutando pela recuperação do setor de bares e restaurantes, e, para tanto, mantêm agenda permanente de trabalho junto ao GDF e (ao) Poder Legislativo, com pleitos de interesse do setor.”
Pandemia
O Distrito Federal registrou 5.798 casos de covid-19 e 12 mortes pela doença confirmadas nas últimas 24 horas, das quais uma ocorreu nesta terça-feira (1º/2). Esse foi o maior número de óbitos notificados em um dia em 2022. Na segunda-feira (31/1), a Secretaria de Saúde do DF havia contabilizado 11.508 novos casos positivos, o maior número deste ano, além de 10 pessoas que não resistiram às complicações da doença.
Apesar disso, a taxa de transmissão do vírus diminuiu pelo sétimo dia seguido no DF e chegou a 1,23.
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