Investigação

Aeronave que caiu no DF levava família de fazendeiro da Bahia

Renato Joner, 64 anos, proprietário da aeronave; a filha dele, a advogada de Brasília Renata Andrea Joner; o esposo dela; a bebê do casal; e o piloto saíram da Bahia para o DF. O monomotor caiu no Aeródromo Piquet. Acidente aconteceu nessa segunda-feira (31/1)

Darcianne Diogo
Rafaela Martins
Arthur de Souza
postado em 01/02/2022 06:00
Monomotor cai próximo a condomínio em Brasília. Ocupantes saíram ilesos. Acidente aconteceu por volta das 9h30, na fazenda do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet -  (crédito:  CBMDF/Divulgação)
Monomotor cai próximo a condomínio em Brasília. Ocupantes saíram ilesos. Acidente aconteceu por volta das 9h30, na fazenda do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet - (crédito: CBMDF/Divulgação)

As causas do que pode ter provocado a queda do avião de pequeno porte na Fazenda Piquet, nessa segunda-feira (31/1), na subida da Ponte JK, no Jardim Botânico, serão investigadas pela Força Aérea Brasileira (FAB), sem previsão para conclusão dos trabalhos. A apuração ficará à cargo da equipe do Sexto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa VI), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Cinco pessoas estavam a bordo no momento do acidente, incluindo o piloto, o proprietário do monomotor e um bebê de 2 meses. Ninguém se feriu. "Estamos felizes e aliviados que todos saíram ilesos do acidente. Foi realmente um milagre!", disse Renata Andrea Joner, 36 anos, passageira e filha do dono da aeronave

No primeiro momento, os investigadores vão identificar indícios, fotografar cenas, retirar partes da aeronave para análise, ouvir relatos de testemunhas e reunir documentos. Em nota, a FAB explicou que "não existe um tempo previsto para essa atividade ocorrer". De acordo com a instituição, o objetivo da apuração é prevenir que novos acidentes com características semelhantes aconteçam. "A conclusão das investigações terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade de cada ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os fatores contribuintes", finalizou em nota.

Tanto a aeronave quanto a pista de pouso estão regulares, segundo a Anac
Tanto a aeronave quanto a pista de pouso estão regulares, segundo a Anac (foto: Reprodução/Google Maps)

Policiais civis da 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião) estiveram na Fazenda para fazer as apurações preliminares. Ao Correio, o delegado-adjunto, Ulysses Luz, afirmou que não será aberto inquérito policial, uma vez que não houve feridos nem indícios de crime. "Trata-se de um acidente. Houve algum problema, que não sabemos se foi por ordem da natureza ou no pouso, que se deslocou da pista para o mato", frisou.

Situação legal

O monomotor, de matrícula PP-INQ, estava regular e foi comprado em 31 de março de 2017. O Certificado de Aeronavegabilidade — documento obrigatório emitido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que atesta se a aeronave está em condições de operar com segurança — foi emitida em 17 de outubro de 2020, e o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) iria vencer em setembro deste ano.

A aeronave estava em situação técnica regular e tinha permissão para realizar serviços aéreos privados, segundo a Anac. O modelo tem capacidade para transportar cinco passageiros, incluindo a tribulação. Aos militares do Corpo de Bombeiros (CBM-DF), o piloto contou que pousava a aeronave, quando recebeu uma rajada de vento lateral em baixa altitude, o que fez com que o monomotor caísse para uma área de mata.

Trinta e um bombeiros e sete viaturas atuaram no resgate às vítimas. As equipes foram acionadas por volta das 9h30 para averiguar, também, possíveis riscos de vazamento de combustível. "Na hora do acidente, havia cinco pessoas na aeronave; todos foram atendidos por nossas equipes e se encontravam ilesos. Por precaução, mãe e bebê que estavam no avião foram para uma unidade de saúde por meios próprios para uma avaliação médica mais detalhada", publicou a corporação em nota. Após avaliação, foi constatado que não havia mais risco e que boa parte do produto já tinha escoado. Ainda assim, a bateria da aeronave foi desligada.

O Correio apurou que o destino de pouso era o Aeródromo Piquet, na propriedade do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet. A pista é regularizada e foi inscrita no cadastro de aeródromos em abril de 2014, segundo portaria da Anac Nº856/SIA. O documento foi assinado por Hugo Vieira de Vasconcelos, gerente de engenharia de infraestrutura aeroportuária substituto da época. A inscrição é válida até abril de 2024.

Renato Joner, 64 anos, é proprietário da aeronave. O fazendeiro saiu da cidade onde mora, em Luís Eduardo Magalhães (BA), com destino à Brasília. Além dele, estavam a bordo o piloto (que não teve a identidade revelada); a filha, a advogada de Brasília Renata Andrea Joner, 36; o marido dela, Thiago Moreira Parry, servidor público da Defensoria Pública da União (DPU); e a bebê do casal, de 2 meses.

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