Uma personalidade que marcou presença na comunidade sambista de Brasília, Genivaldo Fernandes Mendonça, ou Potoka como era mais conhecido, morreu na madrugada deste domingo (23/1). Ele estava internado desde 14 de janeiro por complicações da diabetes. O sambista e compositor deixa, aos 68 anos, quatro filhos e a esposa Edna Decilis.
A filha Barbara Bittencourt, 43 anos, conta que a saúde de Potoka começou a se agravar no ano passado, quando precisou ficar internado durante 34 dias. "O quadro foi só piorando, teve problema no rim, infecção no sangue e no pulmão. Ele ficou muito debilitado e o corpo não resistiu", conta ela que estava ao lado do pai quando ele deu o último suspiro.
Com a partida de Potoka, o que fica é o sentimento de saudade e o legado que ele deixou na cena do samba brasiliense. Genivaldo Mendonça compôs vários sambas, gravou oito discos, foi um dos fundadores da escola de samba Império do Guará, além de ser o criador e apresentador do programa QG do Samba nas rádios Cultura FM e Guará FM. Em 2020, ele inaugurou a rádio Lobo Guará.
Grande parceira na vida e na carreira, Barbara que atuou com o pai na rádio Lobo Guará destaca que continuará com o trabalho de Potoka. "Vou seguir com a rádio e continuar com esse legado. Um dos grandes sonhos do meu pai era ver a comunidade do samba unida. Vou lutar por isso", afirma. "Como o papai sempre dizia, o samba é alegria e harmonia. O samba não pode parar", finaliza com a voz emocionada ao relembrar o grande lema de Genivaldo.
Barbara ressalta que Potoka lutou até o fim para divulgar o samba. Foi compositor e intérprete de várias escolas de samba do Distrito Federal. Em 2006, ganhou com o samba enredo pela Bola Preta. O amigo Volmi Batista, 64 anos, relembra com carinho os momentos com Genivaldo. "Tive um contato maior com o Potoka na rádio Cultura, no início do ano 2000. Ele tinha um programa 'Bom é o Samba' onde ele mostrava um pouco do trabalho dele", conta. "Perdemos mais uma figura do nosso samba, um grande compositor", ressalta.
Natural do Rio de Janeiro, Genivaldo Mendonça chegou a Brasília em junho de 1970. Ele deve ser sepultado no cemitério Campo da Esperança, na tarde desta segunda-feira (24/1).
Homenagem da Aruc
A escola de samba do Cruzeiro, Aruc, se entristece com a notícia da morte do Potoka. E para marcar o legado do compositor que fez história na cidade, a Aruc vai nomear o troféu do samba campeão de 2022 com o nome de Genivaldo Fernandes de Mendonça. "Uma singela referência a quem sempre defendeu o samba em nossa cidade", destacou em publicação nas redes sociais.
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