Os resultados da produção agropecuária em 2021 revelaram o peso dos grãos para o Distrito Federal, assim como dois consequentes potenciais: para investimento nesse segmento e para a necessidade de um olhar sobre o cultivo de outros itens. Nos resultados do Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária nacional, a região Centro-Oeste teve a melhor participação, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. No entanto, o DF — por características próprias locais — figurou no antepenúltimo lugar, atrás apenas de Roraima e do Amapá.
Valor bruto
O VBP agropecuário do DF no ano passado (R$ 1,78 bilhão) ficou abaixo do verificado em 2020 (R$ 1,81 bilhão), mas superou 2018 e 2019. Em milhões de reais, os alimentos com maior valor bruto foram: soja
(R$ 868,9); milho (R$ 447,5); tomate (R$ 134,6); e feijão (R$ 131,1).
Recorde da soja
Dos 27 itens considerados na lista, apenas a soja bateu recorde de toda a série histórica, com início em 2012 — o que, por si só, diz muito sobre o avanço do interesse nesse produto. Os demais resultados se mantiveram como observado desde 2018 — à exceção do tomate, que teve valor superior ao do feijão pela primeira vez em três anos.
Cálculo
O VBP funciona como um indicador que mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária no decorrer do ano, levando em conta o faturamento dos produtos em estabelecimentos. Ele é calculado com base na produção e nos preços recebidos pelos produtores nas praças onde circulam os principais itens agropecuários nacionais.
Auxílio para 35 mil famílias
O governo federal começou a pagar, de ontem até o próximo dia 31, a primeira parcela do Auxílio Gás. Neste mês, o benefício prevê o repasse de R$ 52 aos beneficiários, valor referente à metade do preço médio do item, com depósito a cada 60 dias. No Distrito Federal, serão 35.181 famílias atendidas e R$ 1,82 milhão em recursos transferidos. Para receber, é necessário estar inscrito no Benefício de Prestação Continuada (BPC) ou no Cadastro Único (CadÚnico), desde que com renda menor ou igual a meio salário-mínimo (R$ 606).
Benefício de R$ 100
No DF, programa semelhante está em vigor desde agosto, com pagamento de auxílio de R$ 100 a cada dois meses, para 70 mil famílias, inicialmente. No caso do Cartão Gás, a proposta virou lei em dezembro. E o peso dessa despesa nas finanças dos brasileiros diante dos sucessivos aumentos do valor do botijão é sentido, principalmente, nos bolsos dos mais pobres.
Metade da renda comprometida
Levantamento encomendado pelo Instituto Clima e Sociedade (ICS) e divulgada no mês passado pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) mostrou que gastos com gás e luz comprometem mais da metade da renda de 46% dos brasileiros. Nesse grupo, figuram pessoas que recebem até um salário-mínimo (R$ 1.212, em 2022), além de integrantes da classe D.
Terceira parcela
Ainda ontem, o Ministério da Cidadania anunciou o pagamento da terceira parcela do Auxílio Brasil. Na capital do país, serão 113,8 mil famílias contempladas até o fim deste mês. Cada uma receberá, em média, R$ 216 como benefício.
Regularização de áreas rurais
Em uma série de balanços sobre as ações desenvolvidas no ano passado, a Secretaria de Agricultura do Distrito Federal divulgou números sobre a emissão de contratos de concessão de terras rurais. Em 2021, foram 73, resultado que permitiu regularizar 44% da área prevista para esse fim, segundo a pasta.
Resultados
Para a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), a conquista deve ser celebrada. A entidade destaca que os alimentos produzidos por esse setor respondem por mais de 70% do que chega à mesa dos brasileiros e, por isso, permite a dinamização da economia e a geração de empregos.
"Quanto mais agricultores familiares têm acesso à terra, a regularização e a reforma agrária avançam, mais alimentos saudáveis e diversos (chegam) para a nossa população"
Alair Luiz dos Santos, secretário de política agrária da Contag, que representa 15 milhões de trabalhadores da agricultura familiar