Cenário incerto para 2022 deixa setor produtivo sob alerta

A variante ômicron, a inflação e as eleições formam uma combinação de fatores que trazem incertezas ao setor produtivo em 2022. Tanto em nível nacional como local, a avaliação é de cautela e preocupação. "O surgimento da nova variante do coronavírus comprova que ainda é cedo para fazer previsões sobre o fim da pandemia. Isso continua sendo um importante fator de risco para a economia global", avalia o presidente da CNI, Robson Braga.


Queda no consumo

A inflação que empurra a alta de preços e dos juros comprometem o consumo das famílias. "Isso desestimula os investimentos das empresas no país", aponta Braga.

Recuperação gradual

Pesquisa da CNC reforça o quadro de retração. Para o presidente da entidade, José Roberto Tadros, os números reforçam a moderação das famílias em consumir. "O ano de 2020 apresentou grandes obstáculos para o consumo. Já 2021 foi marcado pela incerteza e pelas consequências das medidas do ano anterior. Os consumidores enxergaram uma recuperação gradual e desaceleraram a cautela, mas ela permanece", observa.

Projeções para o DF

Sebastião Abritta, vice-presidente do Sindivarejista DF e embaixador do Mesa Brasil do Sesc

Quais as expectativas do comércio varejista para 2022?

O ano será atípico. As expectativas para o comércio são moderadas por causa do crescimento expressivo nas vendas que ocorreu em 2021. As expectativas estão afetadas pelas incertezas sanitárias e políticas, pois, além da volta da inflação, teremos eleições e Copa do Mundo.

O que ainda é necessário para que o setor atravesse a crise da pandemia? Avalia que realmente estamos no momento de retomada?

A manutenção do comércio aberto, com respeito às regras sanitárias vigentes, e a ampliação do número de vacinados. A retomada iniciou com o crescimento nas vendas em todas as datas comemorativas de 2021.

Como os empresários podem contribuir para minimizar as mazelas sociais da nossa capital?

Nós, empresários, estamos tentando manter os funcionários empregados, evitar demissões e sendo solidários. As doações que fazem para o Mesa Brasil — Sesc-DF estão ajudando a minimizar a fome de milhares de pessoas mais vulneráveis.

Leonardo Oliveira de Ávila, presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico do DF (Codese)

Como o Codese vai se posicionar neste ano eleitoral?

A entidade é apartidária. O Codese-DF, como legítimo representante da sociedade civil, por meio dos seis eixos estratégicos e das 17 câmaras técnicas, vai propor um plano de Estado, revisão do documento "O DF que a gente quer", visão 2022-2040. Vai apresentá-lo a todos os candidatos ao GDF, bem como buscar de cada um deles o compromisso de usar o material no plano de governo, assim como feito pelo Codese no processo eleitoral de 2018.

Quais as prioridades de atuação do conselho em 2022?

Nossa prioridade, no primeiro semestre deste ano, será, de fato, a revisão do documento "O DF que a gente quer". Será um período de muitas atividades, fóruns e workshops envolvendo todos os membros do Codese, com interação, por meio de hackathons, com todas as regiões administrativas do DF. Realizaremos um evento no Museu da República aberto ao público, como em 2018, para ouvir a sociedade e ampliar a validação do documento.

Quais são as vocações econômicas do DF?

Todas as vocações serão amplamente debatidas no plano "O DF que a gente quer 2022-2040", com propostas de desenvolvimento econômico sustentável nas áreas de comércio, serviços, indústria e agronegócio e reflexos no desenvolvimento urbano e social.

Ajuda a 350 mil empresas

O Sebrae vai atuar junto ao governo federal e ao Congresso Nacional para defender o Programa de Reescalonamento do Pagamento de Débitos no mbito do Simples Nacional (Relp). O projeto foi vetado pelo presidente Jair Bolsonaro na sexta-feira, mas pode receber mudanças para adequação às recomendações fiscais. E, assim, será possível apoiar 350 mil pequenos negócios no país que foram excluídos do Simples Nacional, em 2021, por débitos. Segundo pesquisa do Sebrae e da FGV, em novembro, 66% das empresas estavam endividadas, sendo que 28% se encontram inadimplentes.

Arquivo Pessoal - 07/04/2021- Credito: Arquivo Pessoal/reprodução. Robson Braga de Andrade, presidente da CNI.
Christina Bocayuva/Divulgação - 2019. Economia. Presidente da CNC, José Roberto Tadros.
Ana Rayssa/CB/D.A Press - 18/08/2020. Credito: Ana Rayssa/CB/D.A. Press. Brasil. Brasilia - DF. CB Poder. Entrevista com o vice presidente do Sindivarejista, Sebastiao Abritta.
Milca Santos - 18/07/2021 Brasil. Brasilia - DF. Empresário Leonardo Ávila , novo presidente do Codese DF.