Apontado como membro do Primeiro Comando da Capital (PCC), o detento Jefferson Estâncio Messias foi espancado até a morte pelos próprios colegas de cela, no Presídio Estadual de Águas Lindas de Goiás (GO). O crime aconteceu na virada de ano-novo, madrugada de 31 de dezembro, enquanto policiais penais da unidade jantavam na cozinha, distante cerca de 100 metros dos blocos.
Jefferson era considerado um criminoso de alta periculosidade conhecido por dar ordens na unidade prisional. Ele tinha passagens por tráfico de drogas. Em fevereiro, o detento foi transferido da Penitenciária Odenir Guimarães (POG), em Aparecida de Goiânia, para o presídio de Águas Lindas, após uma rebelião em que os internos chegaram a fazer uma transmissão ao vivo pela internet. A POG também já foi palco de outras outras rebeliões. Em uma delas, em 2018, presos tiveram as cabeças arrancadas.
O Presídio Estadual de Águas Lindas comporta apenas presos faccionados, como membros do PCC — oriunda de São Paulo — e Amigos do Estado (ADE), facção goiana. Jefferson era lotado no Bloco 2 e, na madrugada de 31 de dezembro, os policiais que faziam a vistoria nos blocos resolveram promover uma pequena confraternização e foram até a cozinha. Segundo fontes policias, foi nesse momento que presos aproveitaram da situação e começaram a espancar Jefferson.
Alguns detentos de outras celas chegaram a gritar pelas grades por socorro, mas os policiais teriam chegado somente depois, quando Jefferson estava sem vida. A reportagem questionou a Diretoria Geral de Administração Penitenciária (Dgap), mas não obteve retorno até o fechamento dessa reportagem.