Saúde

DF registra aumento nos casos de Influenza A e da variante H3N2

Apesar dos casos, a nova cepa não é mais transmissível ou letal, mas requer cuidados. Especialistas reforçam a necessidade da vacinação

Além da pandemia causada pelo coronavírus, outros vírus geram preocupação, a Influenza A e o seu subtipo H3N2 tiveram aumento de casos na capital federal. De acordo com a  Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), até o momento, foram confirmados oito casos da Influenza A. Desse total, três pacientes estão com a variante. Os números são mais preocupantes quando somados aos da rede particular de saúde da capital. No total, são 336 casos da doença respiratória, sendo que 95 foram identificados como H3N2.

Apesar do surto de contágio, a infectologista Ana Helena Germoglio acredita que não há motivos para pânico. A variante H3N2 é controlável e não apresenta alta taxa de letalidade, principalmente se comparado ao coronavírus. "Provavelmente, essa variante veio da Austrália, onde ela foi identificada pela primeira vez. Ela pode ser controlada com o simples uso de máscara, a higienização das mãos e evitando compartilhar copos e talheres. É muito mais fácil de controlar do que a covid-19", destacou a médica.

Segundo a SES-DF, a Influenza é uma infecção respiratória aguda causada pelos vírus A, B, C e D. O vírus A, que inclui a H3N2, está associado a epidemias e pandemias, têm comportamento sazonal e apresenta aumento no número de casos entre as estações mais frias, como nos meses de junho e julho. "Ela chegou em uma época que não é normal ter a circulação viral e ela não fazia parte do esquema vacinal. O que a gente pode dizer é que fomos pegos de surpresa", ressaltou Ana Helena.

Em geral, a doença tem início com febre alta, seguida de dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça, coriza e tosse. A febre é o sintoma mais importante e dura em torno de três dias. "É uma doença que gera muito desconforto e deixa a pessoa muito mais prostrada. E nessa época que tem muita gente festejando, muita gente vai ficar doente", alertou a infectologista. 

A infectologista aproveitou para enfatizar a necessidade dos cuidados com alguns grupos específicos, como pessoas como idosos, gestantes e puérpera.

No Brasil, a vacina contra a Influenza A não tem a imunização específica para combater o subtipo que está em circulação, contudo, os especialistas ressaltam que a vacinação pode diminuir o risco de contrair a cepa H3N2. Segundo dados divulgados pela SES-DF, a capital conta com um estoque de, aproximadamente, 30 mil doses do imunizante.

A pasta da Saúde pontuou que a cada ano a vacina contra a gripe é produzida para combater as principais cepas que circularam no ano anterior. Em 2021, as cepas contidas na vacina são: Influenza A/Victoria/2570/2019 (H1N1) pdm09; Influenza A/Hong Kong/2671/2019 (H3N2); Influenza B/Washington/02/2019 (linhagem B/Victoria).

A testagem para Influenza pode ser realizada por teste rápido ou por PCR.Ela é realizada em pacientes internados com SRAG e em demais pacientes conforme critérios clínicos previamente estabelecidos.

Em nota, a SES-DF disse que, pelo protocolo de monitoramento de casos de vírus respiratórios, "só é obrigatória a notificação dos casos em que houve necessidade de internação ou das amostras coletadas nas unidades sentinelas". Com isso, os oito casos atuais de Influenza A no DF são casos que estão registrados no sistema que atendem esses critérios. "No entanto, com o aumento de atendimento a pacientes com sintomas de vírus, essas unidades que não são sentinela e que atenderam pacientes que não precisaram de internação, mas que coletaram as amostras, comunicaram à Secretaria de Saúde os casos que foram positivos para Influenza A", completou o comunicado.