CB.Poder

Pessoas com sintomas de covid-19 devem aguardar três dias antes de fazer teste

O coordenador do pronto-socorro do Hospital Santa Lúcia, Luciano Lourenço, conta que a população está procurando atendimento médico antes da evolução dos sintomas, o que gera resultado falso-negativo nos testes

Bernardo Guerra*
postado em 31/01/2022 17:36 / atualizado em 31/01/2022 17:47
 (crédito:  TV Brasília/Reprodução)
(crédito: TV Brasília/Reprodução)

Clínico geral e coordenador do pronto-socorro do Hospital Santa Lúcia Sul, o médico Luciano Lourenço, foi o convidado do CB.Poder desta segunda-feira (31/1). O programa é realizado em parceria entre a TV Brasília e o Correio Braziliense. Em entrevista à Adriana Bernardes, o especialista comentou sobre a atual realidade dos hospitais do DF, em especial o Santa Lúcia Sul, que, de acordo ele, recebe no pronto-socorro, em média, 800 à mil pessoas no espaço de 24 horas se queixando de sintomas gripais. Luciano diz que as pessoas estão procurando de forma muito precoce por atendimento, e que, fazendo o teste de detecção do covid no mesmo dia em que aparecem os sintomas, existe um grande risco de dar falso-negativo. "O ideal é que a pessoa tenha pelo menos três dias de sintomas para que a avaliação se torne mais eficaz e o exame também já poderá ser solicitado no pronto-socorro dos hospitais que têm disponível o teste", explica.

Segundo o médico, isso deve ser seguido caso os sintomas sejam leves, porém, caso a pessoa esteja com febre persistente ou outro sintoma mais intenso, a busca pelo pronto-socorro deve ser imediata. "A avaliação médica tem a capacidade de identificar algum sinal de gravidade. Uma artralgia muito intensa, as dores nas articulações, as dores musculares, uma tosse muito intensa e a falta de ar são sintomas importantes. Normalmente a falta de ar no início da infecção sugere um quadro que têm tendência ao quadro mais grave, inclusive com necessidade de internação", adverte.

Em relação a diferenciar os sintomas de influenza, dengue e covid, Luciano explica que a ômicron tem um impacto maior nas vias aéreas superiores, como garganta, amígdalas, faringe e o seio da face. "A gente está observando isso em mais de 50% dos pacientes, além de ter também a queixa da dor na garganta. O paciente chega a referir o sintoma clássico das síndromes virais, mas a dor na garganta é mais comum em relação a ômicron", explica. Ele pontua também que um sintoma tardio que está sendo bastante comum é o cansaço persistente. "Se a gente for separar dois sintomas que são mais específicos da ômicron, um é o acometimento um pouco mais severo das vias aéreas superiores, em especial as amígdalas, e o segundo uma prostração um pouco maior, mesmo depois do tempo que se esperaria uma melhora desses sintomas", resume.

Assista a entrevista na íntegra: 

*Estagiário sob supervisão de Layrce de Lima

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