Acusado de feminicídio, o homem preso em flagrante por assassinar Eliuda Velozo, de 35 anos, em Santa Maria, alegou, em depoimento à polícia, que conhecia a vítima apenas "de vista". Após matá-la, o autor, de 34 anos, foi beber em um bar da região. Os investigadores da 33ª Delegacia de Polícia colhem, agora, elementos para elucidar a motivação do crime.
Eliuda foi encontrada morta na tarde de sábado em uma estrada de terra na CL 416. Uma testemunha relatou à polícia ter visto um homem vestido com camisa vermelha e bermuda fugindo correndo do local do crime. Na segunda-feira, os investigadores refizeram o trajeto da vítima, para colher o maior número de informações para elucidar o crime. Uma outra pessoa relatou à polícia que, enquanto o homem agredia e xingava a mulher, a vítima dizia: "Deixa eu ir embora que ninguém vai ficar sabendo de nada. Não vou contar nada pra ninguém".
Em resposta, o acusado agia de maneira tranquila e respondia: "Calma, calma". "Essa forma 'calma' dele responder nos chamou muita atenção. Durante o interrogatório, ele estava extremamente calmo ao falar", destacou a delegada-chefe da 33ª DP, Cláudia Alcântara.
Policiais descobriram que o autor correu em direção a um setor de chácaras, o que levou à constatação de que o homem trabalhava fazendo "bicos" nesse local. Após assassinar Eliuda, o criminoso foi até um bar da região, onde ingeriu bebida alcoólica. "Ele disse que esteve neste bar. O que chamou a atenção dos frequentadores era que ele estava com o tênis sujo de barro e capim e com vários arranhões pelo corpo. Quando noticiaram o crime no fim do dia, várias pessoas suspeitaram dele", explicou a investigadora.
O homem foi preso na madrugada de ontem, em Santa Maria. A polícia não divulgou o nome do acusado para não interferir nas investigações. Ele foi indiciado por feminicídio pelo fato de, a todo momento em que agredia a vítima, a xingava, menosprezando-a pelo fato de ser mulher.
Familiares de Eliuda moram no Maranhão e chegaram a fazer uma vaquinha para arrecadar o dinheiro do translado para transportar o corpo de Eliuda do DF até a terra natal dela. A meta de R$ 11,5 mil foi atingida.
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