O projeto natalino Brasília Iluminada, orçado em R$ 14 milhões, virou alvo da Operação Tenebris, iniciada ontem pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e Polícia Civil do DF (PCDF). Com o objetivo de esclarecer possíveis crimes relacionados à contratação da estrutura montada no Eixo Monumental, promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) apontam irregularidades na contratação da entidade responsável pelo projeto, o Instituto Idheias. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa de André Clemente, conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), ex-secretário de Economia do DF, responsável pelo Brasília Iluminada, e também em endereços de empresários contratados e da executora do projeto.
Os promotores do Gaeco suspeitam de que o Idheias foi utilizado como uma Organização da Sociedade Civil (OSC) de fachada, apenas para permitir a contratação sem licitação pelo GDF e, posteriormente, terceirizar a execução dos serviços para empresas. De acordo com as investigações, entre as empresas beneficiadas estão as que pertencem ao empresário Marconi José de Souza Barros, que também foi alvo de busca e apreensão. Ele mora no mesmo prédio de Clemente, no Sudoeste. Também foram cumpridos mandados no Instituto Idheias e nas empresas Primer Serviços de Comunicação e Eventos e Mark Systems.
Em nota, o conselheiro André Clemente afirma ser vítima de um jogo político em curso desde que foi escolhido para o TCDF e que tem total tranquilidade sobre as investigações. Ao Correio, o governador do DF, Ibaneis Rocha, afirmou que a ação "do ponto de vista jurídico, é ilegal". Como André Clemente é conselheiro do TCDF, segundo Ibaneis, a medida de busca e apreensão deveria ser autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ontem, durante inauguração da UPA de Vicente Pires, Ibaneis foi perguntado sobre possível superfaturamento do projeto. "Não fui eu que fiz o processo, mas eu confio muito nos meus servidores e o André é um dos servidores da minha maior confiança", frisou. A Secretaria de Economia do DF afirmou que "todo o processo de contratação da empresa responsável pela execução do Brasília Iluminada obedeceu à legislação em vigor. Todo questionamento dos órgãos de controle será respondido, como sempre".
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