Agressão

Agentes da DF Legal mostram supostas mordidas de dono de lava-jato

Em operação de fiscalização, o dono do local, Gabriel Matheus, 23 anos, diz ter sofrido violência policial. Agentes da DF Legal divulgaram mordidas do rapaz, que diz ser "mentira"

Pedro Marra
postado em 24/01/2022 12:18 / atualizado em 24/01/2022 12:29
Agente da DF Legal mostra suposta mordida de dono de lava-jato após operação -  (crédito: DF Legal/Divulgação)
Agente da DF Legal mostra suposta mordida de dono de lava-jato após operação - (crédito: DF Legal/Divulgação)

Após a confusão entre policiais e o dono de um lava-jato de Águas Claras, Gabriel Matheus, 23 anos, na sexta-feira (21/1), agentes da Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística do Distrito Federal (DF Legal) informaram, nesta segunda-feira (24/1), que a fiscalização fez uma operação de combate a lava-jatos que funcionavam irregularmente em área pública. A pasta enviou imagens de agentes (confira abaixo) com marcas de supostas mordidas do proprietário do estabelecimento.

Em nota, a DF Legal diz que foram realizadas apreensões de máquinas e equipamentos utilizados nestas atividades irregulares. “Em relação à ação na praça da (Quadra) 214, o ambulante responsável pelo lava-jato irregular se insurgiu com violência contra os agentes fiscais, agredindo e tentando impedir a ação”, argumenta a pasta.

No texto, a Secretaria afirma que a reação do rapaz motivou a necessidade do uso de gás de pimenta para conter a violência. Em seguida, o dono do lava-jato foi conduzido à 21ª DP (Taguatinga Sul), onde foi instaurado boletim de ocorrência por crime de desobediência, ameaça e agressão a agentes do DF Legal.

  • Agente da DF Legal mostra suposta mordida de dono de lava-jato após operação
    Agente da DF Legal mostra suposta mordida de dono de lava-jato após operação DF Legal/Divulgação
  • Agente da DF Legal mostra suposta mordida de dono de lava-jato após operação
    Agente da DF Legal mostra suposta mordida de dono de lava-jato após operação DF Legal/Divulgação

“É mentira”

À reportagem, Matheus desconversa sobre ter mordido os agentes. “Não houve isso, é mentira”, afirma. O dono do lava-jato diz ter fechado a porta do próprio carro quando foi abordado de forma violenta pelos servidores. “Eles chegaram agredindo a gente e me empurraram quando eu fechei a porta da Fiorino", conta o proprietário. “Gritei para todo mundo pedindo socorro”, acrescenta.

Matheus recorda que recebeu outra abordagem na quarta-feira (19/1), quando diz ter passado por uma situação parecida. “Segurei um balde que estava em cima do meu carro, eu e (um funcionário) seguramos o balde e vieram com agressividade”, relembra. “Eram os mesmos agentes e policiais”, assegura o empresário.

Relembre o caso

Na manhã de sexta-feira (21/1), um vídeo gravado por moradores de Águas Claras mostra o momento em que Gabriel Matheus, 23, sofreu um suposto episódio de violência policial. O jovem trabalha como lavador de carros há cerca de cinco anos, na Quadra 214 da região administrativa.

Gravações feitas por moradores de condomínios próximos ao local do ocorrido registraram a atuação dos agentes da DF Legal e da Polícia Militar (PMDF). Em dado momento, é possível ouvir as testemunhas dizerem: "não precisa disso". Em outro vídeo, quando o jovem é levado pelos PMs, a população local comenta: "Está todo mundo com você, Gabriel".

O caso teria ocorrido durante uma ação conjunta da PMDF e da DF Legal. "Eles (DF Legal) falam que precisam de autorização (para trabalhar no local), mas fui à Administração (Regional) de Águas Claras, e ninguém tem autorização aqui. Disseram que, se eu fechar o ambiente (a estrutura do lava-jato), eles não podem recolher nada. Mas, mesmo com as coisas no carro, eles entram e pegam tudo. É muito humilhante. O tempo todo, eles ficaram me chamando de 'vagabundo'. Perdi todas as minhas coisas e tenho uma família para sustentar", desabafou.

Confira abaixo o vídeo do caso. 

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