O presidente Jair Bolsonaro é contra a vacinação de crianças e a Anvisa diz que a imunização dos pequenos deve ocorrer para amenizar os efeitos da pandemia. Assim se divide o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). No que se refere à imunização de crianças contra covid-19, há um embate interno entre promotores e procuradores de Justiça. Enquanto integrantes da força-tarefa, liderada pelo procurador distrital dos direitos do Cidadão, Eduardo Sabo, que acompanha ações da pandemia, defendem a aceleração da aplicação de doses para quem tem de 5 a 11 anos, duas promotoras de Justiça que atuam na defesa da educação, Cátia Vergara e Márcia Rocha, recomendam que o governo do DF não exija passaporte de vacina para o retorno das aulas presenciais na rede pública. Motivo: as promotoras tratam a vacinação de crianças como uma medida "experimental". Elas destacam: "ambiente escolar não é adequado para tratamento de saúde e realização da imunização contra covid-19, notadamente quanto à necessidade de serem prestadas todas as informações na área de saúde, de forma clara, sobre os riscos e benefícios do uso do inoculante em fase experimental". Neste caso, estão, como Bolsonaro, divergindo da Anvisa.
Picuinha
Quem pode ser contra o uso de máscaras, mesmo em locais abertos, quando o apetrecho é a medida mais básica para evitar a infecção por covid-19? Até a oposição elogiou o decreto do governador em exercício do DF, Paco Britto, de obrigar novamente o uso da proteção facial. Mas ainda tem gente que reclama de que a máscara incomoda ou faz mal para a saúde. Pode?
Opção pelo DF
Bolsonaristas acreditam que o Distrito Federal é uma das opções de Damares Alves, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, para uma eventual candidatura neste ano. Ela tem feito comentários nas redes sociais sobre a disputa. Chegou a falar que gostaria de ser senadora ao defender mudanças no Código Penal que garantam penas mais pesadas para pedófilos. Mas, no DF, Bolsonaro já tem candidata ao Senado: a ministra-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Flávia Arruda (PL).
Netinho será candidato a federal na Bahia
O cantor baiano Netinho decidiu disputar a eleição deste ano. Ele avisou ontem que é pré-candidato a deputado federal pela Bahia. "Eleito, serei um soldado de Jair Bolsonaro na Câmara e defenderei o povo baiano seguindo os valores de Deus, pátria, família e liberdade", disse à coluna. Netinho que fez sucesso no Brasil com canções como Beijo na Boca e Milla é discípulo de Bolsonaro e muito amigo da deputada Carla Zambelli (PSL-SP). Topou o convite que vem sendo reiterado há meses.
Sem disputa por
espaço… Na areia
Um encontro inusitado ocorreu ontem na praia de Aruana, em Aracaju, entre o ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e o ex-deputado Alberto Fraga (DEM). Os dois foram adversários na última eleição na disputa ao Palácio do Buriti e disputarão novamente o eleitorado do DF na corrida à Câmara dos Deputados. Mas na areia do Nordeste tem espaço para todo mundo. Segundo Fraga, foi por acaso. "Tomamos cerveja juntos, tivemos uma boa conversa como adversários políticos, não somos inimigos", disse Fraga. "Pense numa conversa boa", completou Rollemberg.
Apostas
Sobre a campanha ao governo, a avaliação dos dois é de que o senador José Antônio Reguffe (Podemos-DF) é o candidato mais forte da oposição.
À Queima Roupa
Deputado federal Laerte Bessa (PL-DF)
"Finalizo meu 'mandato tampão' em março deste ano e desejo sucesso à amiga ministra Flávia Arruda, dona do mandato, e ao colega delegado Rafael Sampaio, que será o novo representante da categoria"
Você apoiou Ibaneis Rocha e chegou a ser convidado para comandar o gabinete de Segurança Institucional. Como está a sua relação com o governador?
Quando Jofran Frejat, com a eleição ganha aqui no DF, surpreendentemente resolveu abandoná-la, fiquei numa encruzilhada. Pois eu não poderia apoiar o deputado Fraga, da nossa coligação, porque ele era uma "persona non grata" na minha instituição, a Polícia Civil. Então, resolvi apoiar Ibaneis, mesmo porque tínhamos combinado anteriormente com Frejat, de ele ser o seu vice. Cheguei a ser convidado a assumir o GSI que acabou não sendo criado e assim, excluído de seu governo. Mas minha relação com ele continua cordial e de muito respeito.
Qual é a sua avaliação sobre o governo dele?
O governador Ibaneis surpreendeu o mundo político pelo fato de ser "calouro" na vida pública. Conseguiu colocar Brasília nos trilhos em alguns pontos, até porque o governador anterior dormia muito... Sonhava delírios e acordava muito tarde... esquecendo-se de que era governador do DF. Destaco como principal ponto positivo do atual governo, o investimento em obras.
Já na segurança pública, faltam policiais e, também falta habilidade do diretor-geral da Polícia Civil em comandar e liderar os agentes. A Polícia Civil deve atuar em investigações criminais e não em plantões. Deve-se investir na valorização do profissional, com a nomeação de novos policiais, criação de plano de saúde justo, conforme aprovado recentemente no Congresso... e não essa desvalorização, como é esse "serviço voluntário". Isso é um absurdo!
Você apoia o movimento da Polícia Civil do DF pela paridade com a PF?
Claro que sim. As Polícias Civil e Federal são coirmãs. Nasceram juntas, possuem o mesmo estatuto e são organizadas e mantidas pela União. No ano de 2000, quando eu ainda era diretor da PCDF, a Gratificação de Operações Especiais (GOE) nos tornou a polícia mais bem paga do País e a melhor polícia da América Latina. Isso inclusive nos motivou a lutar pela equiparação da Polícia Federal conosco. Mas infelizmente hoje não há essa reciprocidade. Sobre isso, o governador Ibaneis deve dar total atenção, pois foi sua promessa de campanha.
Seu partido tem outro delegado disputando os votos da Polícia Civil, Rafael Sampaio. Você pretende concorrer a um novo mandato de deputado federal?
Acredito que eu já tenha contribuído muito com a segurança pública, tanto como policial, quanto como parlamentar. Na minha gestão (1998 - 2006), a PCDF era considerada a melhor polícia do Brasil. Nosso concurso era o mais disputado. Nosso Instituto de Identificação era referência e sempre éramos procurados em grandes ocorrências, inclusive por polícias de fora do país. Garantimos os melhores equipamentos e salários. Na época, perdíamos apenas para o Canadá em elucidação de casos. Como deputado, fui o único de Brasília a ser presidente da Comissão de Segurança. Fui o relator da PEC da redução da Maioridade Penal que não é só um desejo da maioria dos brasileiros, mas sim, necessidade. Basta conversar com policiais, que lidam diuturnamente com a criminalidade. Hoje, infelizmente a PEC está parada no Senado.
Finalizo meu "mandato tampão" em março deste ano e desejo sucesso à amiga ministra Flávia Arruda, dona do mandato, e ao colega delegado Rafael Sampaio, que será o novo representante da categoria.
Vai apoiar a reeleição do presidente Bolsonaro?
Sem dúvida. Ele é honesto, do meu partido e o candidato mais alinhado com os interesses da população. Não podemos permitir a volta do PT em nosso país.
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